Site JCB por Sylvio Rondinelli

Como diz um ditado muito utilizado no turfe, “sangue não é ki-suco”. E isso ficou provado na tarde de hoje no Hipódromo da Gávea. 

Itaperuna, uma irmã materna da craque Grand Amiga, venceu de maneira espetacular o GP Adhemar e Roberto Gabizo de Faria (G3). E o mais impressionante: mesmo na grama macia ficou a seis décimos do recorde dos 1.000 metros. 

Depois de duas vitórias consecutivas, a filha de Forestry foi à esfera clássica em busca de uma grande apresentação. E campo contava com animais de exceção e a tarefa não seria nada fácil.

Black Cello era o favorito, depois de perder a Copa ABCPCC Velocidade (G3) por diferença mínima para Happy Bryan em São Paulo. Jardim de Outono também era puro retrospecto, já que vinha de três colocações (2°, 3° e 2°) em provas clássicas de expressão. 

Completavam o campo da prova Bishop Quest, Almado, Água da Fronteira e Tácio, que chegou de São Paulo muito comentado. 

Logo após largada, Itaperuna mostrou velocidade e asumiu a primeira colocação. Tácio e Black Cello brigavam emparelhados pela segunda colocação. Jardim de Outono vinha mais próximo que o normal de suas últimas corridas, na quarta colocação. 

E assim entraram pela reta final. Itaperuna, com Bruno Queiroz “up” mantinha a primeira colocação. Tácio forçava pelo lado de fora para tentar alcançar a potranca. Black Cello, colado à cerca interna corria em terceiro, com Black Cello na quarta colocação. 

E assim eles vireram até os 200 metros finais, quando a potranca do Stud Galope decidiu despachar os adversários e abrir cada vez mais. Tácio, em grande atuação, chegou no segundo posto, com Black Cello em terceiro. Bishop’s Quest e Almado completaram o placar. 

Filha de Forestry e Grand Entrance (Choctaw Ridge), Itaperuna é de criação do Haras Cifra e de propriedade do Stud Galope. Foi apresentada por Bruno Piovesan e pilotada por Bruno Queiroz, que parece ter “se encontrado” com as cores “preto, verde e branco” de Alexandre Frare. 

O tempo foi de 54″75, 64 centésimos do recorde da “máquina” Bottega (54″11). Vale enaltecer sua criação e esta excelente linha materna. Grand Entrance produziu quatro animais até hoje. 

A primeira foi uma das melhores éguas do Brasil atualmente, Grand Amiga (Amigoni). Holger (Discreet Cat), que teve problemas no início da campanha, vem de duas vitóras consecutivas por larga vantagem. 

O terceiro produto de Grand Entrance é Itaperuna, que agora soma três vitórias e dois segundos em cinco atuações. Desde já ficam as expectativas para Lot of Control (Out of Control), potro da geração 2018 e o quarto filho dela.

Realmente a produção desta matriz impressiona. Grand Entrance é de criação do Haras Interlagos e descende da irlandesa Groupie (Great Commotion), que por sua vez trás na linha o sangue de Nureyev (Northern Dancer).