Felipe Neves

*Por Leopoldo Scremin, Presidente da Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná

O dia 04 de março deveria ser feriado estadual. Não só municipal, mas estadual sim. Pois há 84 anos Francisco Castellano NetoOtacílio ReisJoão RibeiroPedro Stenghel GuimarãesRadamés Schiavon e Saul Lupion Quadros fundavam a Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná – ACTP.

Parece uma data inerte, mas está muito longe disso. Pois a história que é contada em livros, jornais e matérias online hoje em dia, a respeito do turfe paranaense, só existe graças à “boa e velha” ACTP. 

Desde os tempos longínquos, quando os cronistas e narradores eram tratados como “estrelas”, afinal, o eram, o turfe paranaense é divulgado para o grande público graças a estes profissionais. 

“Cabines” que hoje abrigam um escritório financeiro, antes possuiam duas ou três emissoras diferentes que brigavam pela audiência dos apaixonados pelas corridas de cavalo. O rádio era o veículo “da emoção”, onde se paravam transmissões de atletibas para dar os resultados das domingueiras ou para entrarem ao vivo as narrações de grandes provas. 

Esses “fenômenos” que fizeram tudo isso, além de estampar em suas colunas nos principais jornais da cidade o turfe paranaense, hoje talvez não sejam lembrados em sua grande maioria. Muitos “de fora” não entendiam/entendem que antes de abnegados, estes cronistas eram/são profissionais. Do mais alto gabarito. 

Confesso que mesmo estando presidente desta Associação que hoje comemora 84 anos, não me arrisco a citar o nome de todos, pois eram muitos. E por incrível que pareça, mesmo com a queda de interesse em nosso esporte, os cronistas que são meus contemporâneos, continuam sendo referências nacionais e às vezes tendo mais brilho que muitos dirigentes, criadores ou proprietários. 

E isso não é por acaso, pois o que acontece no Hipódromo do Tarumã só fica conhecido nacionalmente graças aos cronistas paranaenses. Do que adiantaria uma raia maravilhosa de grama como a nossa, se ninguém relatasse no Jornal do Turfe como faz o decano Dalton Mehl Andrusko, ou como Alessandro Reichel no site Raia Leve, Carlos Cesar Carlindo no site Galopando, como César de Paula fez por mais de uma década na Revista Turfe & Fomento, como Mário “Zuca” Marques faz no Minuto do Turfe, como Gerson Borges de Macedo, Vaccari Neto e Erick Cunha fazem nas transmissões das corridas do Tarumã para todo o Brasil, como Diego Lobo Telles fazia no site do Jockey Club do Paraná, ou como José Luis Lobo, eu e toda esta turma fazemos nas diversas mídias do Turfe na Cidade e aqui neste espaço do Jornal Bem Paraná. 

A crônica turfistica paranaense está mais ativa do que nunca! Muito pela herança que recebemos admirando Ary Aires de Mello, Léo Velloso, Edson Ruck, Luiz Renato Ribas, Demétrio “Flecha Ligeira” Garzuze, Reginaldo Alberti e tantos outros que deixaram seus nomes marcados na história do turfe paranaense. 

Quando que alguém iria imaginar que “peitaríamos” um custo de R$ 5.000,00 por mês para juntar Marcos Rizzon de Porto Alegre, Jair Balla de São Paulo e Celson Afonso do Rio de Janeiro, todos expoentes da crônica turfística nacional, para falarem em um programa de turfe feito aqui, na “Terra dos Pinheirais”? 

Porque se não fosse feito no Paraná, nunca que o turfe paranaense teria protagonismo. Nos últimos dez anos, com diversos programas, mesas redondas e etc, quando que um programa semanal deu protgonismo ao Tarumã senão no festival do Grande Prêmio Paraná? Quando que um programa de nível nacional de tanto sucesso foi feito DAQUI para fora? Quando que os resultados de todas reuniões são comentados para o Brasil inteiro ver?

História linda e que está registrada. Hoje, os cronistas paranaense são a maior imprensa independente do Brasil. Porque tirando as suas “diárias” em dias de corridas (de quem presta serviço ao Jockey Club do Paraná), todos são independentes! Todos escrevem da maneira que enchergam, pois isso é fazer jornalismo! Falar a verdade sem ser “chapa branca” com ninguém. 

Então PARABÉNS a todos os cronistas da Associação dos Cronistas de Turfe do Paraná por honrarem os 84 anos de história que completamos hoje! Um abraço EMOCIONADO em todos vocês, guerreiros. Que fazem isso por amor ao cavalo de corrida, a corrida de cavalo e principalmente, por amor ao Turfe Paranaense!

E para completar digo “de boca cheia”: todos os nossos “antepassados” da crônica turfística deste Estado com certeza se orgulhariam do que nós, juntos, fazemos pelo nosso esporte hoje em dia! 

E quem venham os 85, 86, 87, 88…100 anos de muitas histórias contadas para o grande público.

No próxima reunião receberemos uma justa homenagem do Jockey Club do Paraná por esta data histórica, que desde já aradecemos muito pela lembrança