Não é novidade que alguns hipódromos brasileiros sofrem com suas finanças. O Jockey Club do Paraná passou por isso há cinco anos, inclusive fechando as portas, o Cristal também teve alguns atrasos e Cidade Jardim sofre pelo mesmo motivo. 

E claro, os primeiros a sentirem esta crise são os profissionais de turfe. O motivo passa mais ou menos por isso: Sem receber prêmios os proprietários desistem, diminui o número de animais na Vila Hípica e os treinadores começam a ter dificuldade em manter a atividade. Com as cocheiras vazias eles precisam demitir funcionários e acabam fechando. 

Mas um dos maiores nomes do turfe brasileiro encontrou uma fórmula muito interessante para continuar tornando viável ter cavalos. Altair Oliveira, o famoso “Peixe”, profissional mais velho em atividade no turfe brasileiro está mantendo seus cavalos em Cidade Jardim e ainda garantindo o recebimento de prêmios. 

A fórmula é simples. Correr seus animais em trânsito no Jockey Club do Paraná. Alguns treinadores utilizam este subterfúgio correndo os animais no Hipódromo da Gávea, no entanto, as provas são bem mais fortes e com um clima que desgasta muito o cavalo na viagem. E a vitória, que “pagaria as contas” é muito mais difícil de ser conquistada. 

O “Peixe” até agora trouxe três animais de São Paulo para correr no Tarumã. Primeiro havia enviado a égua Nuvem Clara, que possuia apenas colocações em Cidade Jardim para Curitiba. Ela iria ser enviada para a reprodução no Haras Dom Octavio, de propriedade de sua família. 

No entanto, sabendo da boa forma dela – atestada por Márcio Ferreira Gusso – decidiu fazer uma carreira de despedida. O resultado foi a vitória por pescoço em turma que até hoje é formada com os mesmos animais. Isso aconteceu em agosto. Ele deixou a égua para correr mais uma vez, desta feita sob os cuidados de Márcio Gusso. 

Então o seu Altair decidiu testar o mesmo com Ofélya, uma vez que o prêmio da vitória de Nuvem Clara caiu em sua conta no dia previsto, sem atrasos. Iria mandar para a reprodução, porém antes preparou-a para a “saideira”. 

Novamente venceu. Mais uma égua que até então tinha campanha perdedora cruzou o disco na primeira colocação no Tarumã. A fórmula estava se concretizando como perfeita, uma vez que em duas saídas ele tinha 100% de aproveitamento. Como da primeira vez, no dia indicado o prêmio pela vitória estava em sua conta. 

Com esta fórmula Altair Oliveira inscreveu dois animais que estão em São Paulo para correr no Tarumã no dia 20 de dezembro. Fogo Olímpico, do Haras Regina e Navio Azul, de propriedade do Haras Dom Octavio. Infelizmente pela falta de transporte vindo de São Paulo para Curitiba, ele teve que retirar os animais. 

Mas isso não desanimou-o, que no último dia 24 trouxe Navio Azul a Curitiba, onde venceu uma carreira espetacular. Nesta vitória o próprio “Peixe” estava in loco, indo para a foto da vitória com seu pupilo. Enfim, uma fórmula que dá extremamente certo e que rendeu ao Haras Dom Octavio R$ 13.500,00 em prêmios. Mesmo tirando o custo do transporte, ainda é mais que o que ele receberia vencendo em São Paulo. 

Esta fórmula é perfeita para os treinadores paulistas. Além de manter sua atividade em Cidade Jardim – pois de nenhuma forma queremos o êxodo dos animais de Cidade Jardim para o Tarumã, pois a “vida” do Jockey Club de São Paulo é importantíssima para o turfe brasileiro – ele consegue rentabilizar o suficiente e ainda manter os cavalos correndo como “perdedores” na Gávea, por exemplo. 

As inscrições para as corridas do dia 07 de fevereiro se encerram na próxima quinta-feira, dia 31 às 10 horas. Você pode conferir as chamadas clicando aqui.