
No mês de agosto foi anunciada uma prova "diferente". Nos moldes da Pegasus World Cup, o Jockey Club do Paraná anunciou uma prova para ser corrida no dia de seu aniversário. O formato era diferente dos tradicionais addeds. As inscrições tinham preço fixo e não precisava a princípio indicar o animal que correria a prova, afinal, ela estava marcada para dali quatro meses.
A data, aniversário do Jockey Club do Paraná ia se aproximando e com ela as vagas se fechando. Tradicionais criatórios e studs paranaenses começaram a comprar suas cotas, até que no dia 09 de novembro foi anunciado o fechamento das inscrições, afinal, os quinze lotes foram todos vendidos.
A princípio este formato surpreendeu alguns proprietarios. Mas com a participação de grandes studs como o Black Opal e Quintella, além claro, do Stud Galope, Haras Springfield, Haras Rio Iguassu, Stud AML, Stud Yellow River, Haras Cima, Stud Lecce, Stud Embalagem e tantos outros a Pegasus Brasil começou a chamar a atenção.
Outro fator preponderante foi a dotação. No total, R$ 105.000,00 em prêmios muito graças a estas inscrições, que com certeza não seriam feitas se a forma de pagamento dos prêmios fosse outra. Não teríamos 15 proprietários gastando R$ 5.000,00 de inscrição se os premiados se restringissem apenas aos cinco primeiros colocados. Na Pegasus, os 10 primeiros levam prêmios para casa. O décimo por exemplo, fatura R$ 2.500,00 metade do valor da inscrição.
Ela foi idealizada e busca se tornar referência. Virar um criterium para os potros e potrancas na distância de 1.300 metros. Pode agregar cavalos que gostam da milha e os mais ligeiros, como também pode reunir por diversos anos os melhores potros de pista de areia do Brasil.
E se este formato fosse utilizado em novas provas distribuídas pelos hipódromos brasileiros? Não que precisassem utilizar o mesmo nome, mas o mesmo formato. Se Cidade Jardim, por exemplo, fizesse o mesmo – garantindo que pagaria o prêmio depois de cobrar a inscrição – em 2.000 metros na pista de grama? Ou se a Gávea fizesse isso em uma prova em 1.600 metros? Será que não teríamos um evento a mais em cada hipódromo do Brasil?
E se eles se multiplicassem, sempre bem organizados como está sendo este, com idades e valores de inscrição diferentes sendo distribuídos trimestralmente nos calendários turfísticos nacionais. Será que não aliviaria os cofres dos clubes e proporcionaria um evento a mais para servir de impulsão para esta renovação do turfe?
A Pegasus Brasil será corrida no domingo e, com toda a certeza, todos os olhos estarão no Tarumã para ver quem vai levar os R$ 40.000,00 do primeiro colocado. Onze animais estarão na pista, número semelhante ao GP Paraná. Para uma primeira edição em um formato inovador já está sendo um sucesso. Talvez seja este o caminho do turfe, investir na renovação e abrir possibilidades para que mais proprietários sintam vontade de participar destas grandes provas, com a garantia que terão parte de seu investimento ressarcido.
No domingo será anunciada a Pegasus Brasil 2019, com dotação ainda maior e a expectativa de que mais animais de fora venham disputá-la. Desde já o Jockey Club do Paraná e seus idealizadores, Comissão de Corridas, Tiago Mattos Leão e Luiz Felipe Pelanda estão de parabéns. São novos tempos para o turfe e eles começam a se demonstrar prósperos.
*Foto: Leopoldo Scremin para o Bem Paraná.