
No inicío desta semana o Jockey Club do Paraná deu seu passo mais significativo em décadas. O hipódromo que chegou a ser fechado em 2014 devido a inoperância de gestões anteriores, agora contempla uma de suas melhores fases da história recente.
Mas não se engane quem acha que a implantação deste tipo de pista é algo ocasional e se aproveita da boa fase vivida pelo turfe paranaense. Esta obra, que será grandiosa e de importância gigantesca para o clube, vem sendo elaborada por diversas “cabeças pensantes” que são apaixonadas pelo esporte há anos.
A ideia já existia, mas para tanto precisava que o clube primeiro se estruturasse. A importãncia de Gilberto Luiz Koppe, Diretor Financeiro da entidade, foi grandiosa. Adequar as contas, negociar as dívidas pendentes de diversos segmentos de credores e manter as mesmas em dia não tem sido fácil.
Paralelo a isso, ainda existe a responsabilidade do clube em pagar em dia profissionais, funcionários, colaboradores e proprietários, uma vez que além das contas de gestões passadas, ainda existe o ônus de continuar mantendo o Jockey funcionando.
E isto vem sendo feito de maneira responsável desde a gestão de Paulo Pelanda. Com Roberto Belina, que já participava da gestão anterior, o trabalho continua seguindo de maneira excelente. A vontade de ter uma terceira reuniao mensal é grande, mas o número de animais na Vila Hípica do Jockey ainda é deficitário para isso.
E a construção da pista de grama pode ser o “divisor de águas” para o aumento da população equina no Jockey. Não é novidade ouvir de grandes ou pequenos proprietários que o grande motivo para não manterem seus animais aqui é os mesmos não se adequarem a areia. Hoje, grande parte dos centros criatórios focam em raças que se adequem melhor ao piso de grama, uma vez que as principais provas do país são corridas neste terreno.
Há pouco mais de um mês foi montado um conselho para esta instalação. Nele, grandes realizadores como Salomão Soifer, por exemplo, que tem em seu “currículo empresarial” diversas obras na cidade. Também formam o conselho nomes como Nestor Baptista, Gelson Cima, Paulo Pelanda, Tiago Mattos Leão, Paulo Fernandes, o presidente da ACPCCP José Caetano, Luiz Felipe Pelanda, além claro, dos membros da diretoria do clube.
Quando a primeira máquina adentrou a pista em direção ao seu miolo, onde a primeira parte do projeto será feita, um misto de euforia e apreensão dominou à todos. A nova pista auxiliar terá uma grande importância dentro da obra, uma vez que ela será o “termômetro” de como tudo irá caminhar.
Com o término da primeira etapa, que não durará mais que 30 dias, começará o processo de adequação de insumos para o plantio de grama na raia interna do Tarumã. Este processo deve demorar mais, uma vez que os tapetes de grama começaram a ser cultivados agora.
A ideia de uma “maternidade” de quicuio – espécie de grama que será utilizada – é muito boa, mostrando que todos os aspectos da instalação estão sendo estudados a fundo. Com a pista de grama chegará automaticamente a substituição das cercas, que estão defasadas.
A iluminação e o sistema de drenagem também precisarão ser adequados para a nova pista de grama. Enfim, uma obra gigantesca em um clube que esteve muito próximo de encerrar suas atividades e foi salvo.
Instalar a pista de grama no Jockey Club do Paraná colocará o turfe paranaense em outro patamar, atraindo diversos proprietários de fora. E esta obra chegará em um momento de visibilidade absurda do clube, uma vez que ela deve ficar pronta em no máximo – cálculo pessoal – 100 dias.
Vale lembrar que em 45 dias inaugura praticamente dentro do Jockey um dos maiores shoppings centers do Brasil. O Jockey Plaza Shopping está em fase final, com data de inauguração marcada para 02 de maio. Quando ele estiver com suas 420 lojas em amplo funcionamento, a pista de grama estará bem próxima de sua inauguração.
Impossível não imaginar o público que frequentará o shopping, olhando para as duas pistas dos decks contruídos de frente para a raia (Espaço Gourmet e Praça de Alimentação). E exatamente nesta época será realizado o Meeting de Inverno, que realizará três meses de corridas aos domingos. Quem conhece o Tarumã sabe do grande público que frequenta as reuniões “domingueiras”.
O que vem sendo feito no Jockey Club do Paraná é digno de aplausos. Primeiro com a volta das corridas em 2016. Depois com as negociações e pagamento em dia das dívidas antigas e dos custos atuais. Destaque também para o aumento gradativo das premiações, que segundo fontes terá reajuste no segundo semestre.
Some isso à inauguração do Jockey Plaza (empreendimento que o Jockey é sócio), mais a inauguração da Escola Preparatória de Jóqueis Guido e Iolanda Pelanda, a nova pista auxiliar, a raia de grama e ainda as festas do Derby Paranaense, Festival do GP Paraná e a Pegasus Brasil, que pagará R$ 200.000,00 em prêmios.
Sem nenhuma dúvida o ano de 2019 entrará para a história deste clube de 136 anos. Claro que existem mais melhorias a serem feitas, entretanto, o que está sendo feito no turfe paranaense chega a ser surreal, tamanha evolução em tão pouco espaço de tempo.
Impossível os amantes do turfe não se empolgarem!
*Foto: Site JCPR por Estéfano Lessa.