Leopoldo Scremin para o Bem Paraná – Just Speaker com o jóquei Vicente Paiva

Quem vê o alazão de pouco mais de 460 quilos não imagina o tamanho de seu coração. Criado pelo Haras Palmerini, o filho de Public Purse foi comprado ainda potro pelo Stud Lecce. 

Primeiro passou pelas mãos de Ivo Oliveira na Fazenda Rio Grande. Depois chegou à cocheira de Marcos Decki e lá começou a cumprir campanha. Venceu na estreia, em 800 metros e, um mês depois, estava vencendo no quilômetro gramado de Cidade Jardim. 

Ficou três meses parado e em sua volta perdeu de maneira incrível uma prova de Pesos Especias. Ali perdia sua invencibilidade, mas algo de muito melhor estava guardado. 

Correu novamente e, depois de mais uma vitória, foi isncrito na Pegasus Brasil 2018. A prova contava com os melhores potros em atividade no Tarumã, então o desafio era enorme. Não era o favorito, contudo, em direção principesca de Vicente Paiva levou os R$ 40 mil reais para casa. 

Dali em diante começou a ter o status de craque (o que seu staff já sabia). Porém, uma picada de aranha deixou o neto de Royal Academy parado por algum tempo, so retornando às pistas cinco meses depois. 

Reestreou vencendo bela carreira e mostrando toda sua qualidade. Na última vez que entrou na pista, mais uma vez em um Pesos Especiais, perdeu uma carreira “de cinema” para Canadian Boy. Ali todo começaram a pensar quando e como ele seguiria sua campanha. 

E para a surpresa de todos, após apenas 45 dias, ele entrou na pista do Jockey Club do Paraná para correr uma prova diferente. Ele nunca havia vencido em distâncias maiores que 1.300 metros, quando tentou os 1.400 perdeu. 

Então depois de tão pouco tempo após sua última corrida, só sendo muito craque para vencer a Taça Hipódromo do Tarumã, uma vez que enfrentava animais que já haviam corrido nos 2.000 metros. 

Ele largou, foi colocado na parte de trás do pelotão e seguiu seu caminho. Com a pista em seu estado mais leve, atropelar na tarde de ontem parecia uma utopia. Principalmente com um trem moderado e com Tom Maior floreando durante toda a primeira parte do percurso. 

E depois de uma direção inteligentíssima de Vicente Paiva, Just Speaker aparecia como um bólido na reta de chegada, colado à cerca interna e atropelando fulminantemente para vencer. 

Agora o “céu é o limite” para o alazão do Stud Lecce. Não coincidentemente ele foi eleito pelo Prêmio Melhores do Turfe Paranaense como o “Cavalo do Ano”. Com certeza os preparativos para o GP Paraná 2019 irão continuar e, com a ótima equipe comandada por Marcos Decki e Juliana Bortolato, ele estará no “último furo” em setembro. 

Vale também analisar Mulata Assanhada, mãe de Just Speaker. O alazão é o seu primeiro filho a vencer em 2.000 metros, mas não o primeiro a vencer um clássico. 

Seu primeiro produto, Amado Mio, venceu quatro provas clássicas na Gávea, todas em 1.100 metros na areia. Heidrun, outro irmão clássico dele é um dos principais nomes entre os velocistas no Hipódromo do Cristal. 

Just Speaker está sendo o diferente, o diferenciado. Dos 1.300 metros da Pegasus Brasil saltou para os 2.000 metros da Taça Hipódromo do Tarumã. Um cavalo realmente de exceção. Sem a menor dúvida um craque.