
É sempre difícil tomar novos rumos e reestruturar um modelo de negócio, especialmente quando as coisas não vêm bem. Some-se a isso um período de pandemia onde tudo teve um novo significado e muitas formas consagradas já não funcionam mais. Foi no meio desse contexto que a MMV Importadora de Vinhos teve que dar essa guinada. E após três anos a empresa começa a ver solidificar os frutos dessas mudanças.
Fundada em 2005 pelos sócios Francisco Madalosso e Gustavo Martins, o foco da importadora sempre foi a aposta no B2B, abastecendo bares, restaurantes, supermercados e lojas premium com vinhos de qualidade. Em 2012 a sociedade foi desfeita, e Francisco Madalosso assumiu a frente da MMV, que por alguns anos teve em seu portfólio vinhos de 3 produtores: Cinco Sentidos, produzido na Argentina, o Felitche, marca própria da MMV produzido no Chile e o Carpazo, da Itália. No total eram 16 rótulos oferecidos.
Porém, esse modelo de negócio acabou não funcionando, e em 2018, a MMV voltou às mãos de Gustavo Martins, que decidiu dar a guinada necessária e remodelar a forma da importadora se posicionar no mercado.
“O senhor Madalosso me ofereceu a oportunidade de comprar a MMV, pois já não estava mais interessado em tocar o negócio, e como vinhos sempre foi uma paixão, resolvi assumir o desafio e trazer para a empresa uma cara maior de “business”, já que sempre tive a veia de empreendedor”, conta Gustavo Martins, proprietário da MMV.
Como medida inicial, Gustavo viu que precisava de alguém com expertise e tino para negócios. A solução veio com a entrada de Jonas Martins, sommelier, professor e com muita experiência em grandes empresas de comércio de vinho. Começava ai a visão estratégica de expansão.
O primeiro passo foi aumentar o portfólio. Os 16 rótulos acabavam muitas vezes sendo um empecilho para explorar mercados maiores. Assim, novos produtores de diferentes países foram testados e o portfólio recebeu rótulos mais atrativos ao mercado.
Além de aumentar o portfólio, foi preciso definir uma “cara” para a MMV. A aposta foi diversificar as vinícolas do portfólio, tanto com produtores de menor tamanho e produtos muito particulares, muitos deles com uma pegada orgânica e natural, como os vinhos da Bodegas Krontiras, da Argentina, e os vinhos da Inserrata, vinícola da Itália com muito requinte e particularidade, tanto quanto com vinícolas um pouco maiores, como a Casa Clara, produtora dos vinhos Kapela, de Portugal.
Hoje, a MMV pulou de 3 produtores para 10, com nove vinícolas estrangeiras e uma brasileira, e tem mais de 110 rótulos em seu portfólio. Isso permitiu que a empresa ficasse mais atrativa aos clientes e expandisse seus negócios em território nacional. Atualmente, a importadora tem entrada forte em 9 estados, com um destaque especial para a região do Nordeste.
E os resultados podem ser celebrados nesses quase 3 anos. O faturamento aumentou em 4 vezes, especialmente pela elevação do ticket médio dos produtos, que foi de 21 reais em 2019 para 43 reais em 2021. Porém, estar atento ao mercado foi fundamental para manter a MMV nos trilhos certos.
Por esta razão, os próximos passos já estão traçados. Uma das idéias é continuar expandindo o portfólio. Segundo o sommelier, vários rótulos já estão em degustação, de produtores italianos, chilenos e espanhóis. Outro objetivo é adicionar alguns rótulos franceses, que ainda não tem representantes na importadora.