ônibus elétricos e questões técnicas
Foto: Hully Paiva/SMCS

A descarbonização no transporte público começa a se tornar realidade e é irreversível, mas tem gente em Curitiba muito preocupada com o que vem por aí nos próximos meses, com a chegada dos primeiros ônibus elétricos da frota de 70 veículos que a prefeitura está adquirindo ao custo de R$ 317 milhões.

E a preocupação nem é com o custo, mas com a infraestrutura necessária para o funcionamento desses ônibus e a logística para garantir que estejam sempre em condições de rodar. Hoje, os ônibus movidos a óleo diesel são abastecidos nas próprias garagens das empresas concessionárias, em processos que levam alguns minutos.

Para uma recarga completa da bateria dos ônibus elétricos são necessárias entre 3h30 e 4h, o que vai exigir grande investimento em estações específicas para esse fim. Quantos ônibus poderão ser abastecidos ao mesmo tempo? Há espaço para isso nas empresas? E a rede elétrica existente nessas áreas suporta a energia que será demandada? Há risco de sobrecarga e apagões nas regiões onde ficam as empresas?

Uma recarga completa daria uma autonomia para rodar cerca de 250 quilômetros. Ao longo dos trajetos dos veículos poderiam ser feitas recargas menores, ou recargas indutivas, em que não há contato entre a fonte da energia e o ônibus. Mas o que é necessário para implantar isso? E a que custo? Será que teremos filas de ônibus elétricos parados por falta de energia? Tomara que não.

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Testes com ônibus elétricos da chinesa BYD. Foto: Hully Paiva/SMCS