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Tarso e a gatinha sósia de Frederico – Foto: Márcia Galvan

Por: Cláudia Ribeiro (colaboração para o blog Papo Pet)

 Esta é uma história de adoção, com uma pitada de mistério,  e requintes  de imaginação  sobre aquela velha lenda de que o gato tem sete vidas. Nesse caso, duas, ou (para quem acredita), sobre um felino reencarnado. 

Parece confuso? E é mesmo. 

vamos à história, desde o princípio:

 Lá se vão uns bons 20 anos (ou quase isso), que a servidora pública Márcia Regina Galvan Campos recebeu da irmã uma gatinha, a quem deu o nome de Clarinha, de tão branquinha que era. Alguns dias depois, época de chuvas  torrenciais em Curitiba, passando por um terreno baldio, Washington, o marido da Márcia, ouviu um miado alto que vinha do entulho que se acumulava por ali. Foi seguindo o som e se deparou com um minúsculo gatinho preto e branco (tipo o Frajola do desenho animado), ensopado e assustado. Levou pra casa. A família o adotou e o batizou como Frederico. 

A dupla de filhotes nunca mais se desgrudou, exceto quando Clarinha acabou caindo  da janela do apartamento e não sobreviveu.

Frederico passou longos dias chorando e procurando pela  companheira de travessuras por cada canto da casa. 

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Frederico – Foto: Márcia Galvan

 Um tempo depois, quando a família se mudou e Márcia se tornou mãe do pequeno Tarso, imediatamente, o gato Frederico se instalou no moisés, no berço, sempre ao lado do bebê. “Viraram carne e unha”, conta Márcia. 

 Até um dia que, então com 14 anos, Frederico desapareceu. 

A família procurou por tudo que é canto, pela redondeza, mais distante. Em vão.  

“Uma senhora nos disse que o gato,(principalmente o macho), quando percebe que vai morrer, se afasta da família que o adotou”, relembra Márcia, que chorou por longos dias de saudade do bichano, que a essa altura, era o xodó pet da família e, particularmente, dela. 

Aparição inusitada-  Passados mais ou menos 30 dias do sumiço, Márcia, um pouco mais conformada, estava em uma peça de teatro, quando recebeu no celular uma foto do marido, Washington de um gato idêntico ao Frederico, mas filhote. “Ele entrou na nossa casa, subiu as escadas, depois na nossa cama se aninhou entre o meu marido e o meu filho. Os dois ficaram atônitos ao perceberem a semelhança com o antigo morador e impressionados com a ousadia do pequeno felino”, continua. 

“Nós depois descobrimos que era uma gatinha e achávamos que iria embora. Nunca foi. E ainda por cima, estava grávida. Demos o nome de Preta a ela. Teve cinco filhotes e ficamos com uma. O restante, encaminhamos para adoção”.

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Tarso, Preta e Marilyn
Foto: Márcia Galvan

 Com a insistência do filho, a família escolheu uma gatinha branquinha, com uma faixa preta na cabeça que mais tarde, se alojou perto da boca, tipo a pinta de Marilyn Monroe, e, claro, batizaram a pequena com o nome da diva do cinema norte-americano dos anos 1950 e 1960.

 Atualmente, Preta e Marilyn são totalmente integradas ao clã. e a história se repete: Preta virou uma espécie de sombra da Márcia, tal qual Frederico. E quanto mais foi crescendo, mais se tornou a cópia fiel do desaparecido Fred. Seria a reencarnação do felino mais amado do Sul do mundo? “Eu acho que simboliza um pedido do Frederico para que ficássemos com ela, ou como um consolo deixado por ele pela partida repentina” deduz Márcia. 

E os especialistas? Dizem o que?

Os gatos pressentem quando vão morrer?  A adestradora e estudiosa do comportamento felino, Liliane De Lima, da  Personal Pet &Company,  que também presta serviços de Cat Sitter, explica que “os gatos são extremamente inteligentes e que o pet é fascinante, com seus mistérios para desvendar”, mas  que não é possível afirmar que os gatos podem pressentir quando vão morrer, porque a maioria dos felinos não se afasta do lar nesse momento. 

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A “sósia” Foto: Márcia Galvan

Dizem que os gatos até são capazes de detectar feridas e infecções nas pessoas por meio do faro, e percebem a fraqueza de um oponente pelo comportamento dele na hora de andar. Logo, sim, o gato poderia identificar um indivíduo se ele está debilitado. 

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Márcia, Washington e Tarso – arquivo pessoal

Sete vidas? – Eles têm uma vida mais livre, especialmente os gatos de rua, e são espertos e resistentes, o que faz com que pareçam que possuem  mais de uma vida. Daí o ditado. Mas é importante se preocupar e evitar a fuga, oferecer alimentos nutritivos de qualidade e cuidar bem não apenas do gato, mas de qualquer pet.

Para conhecer mais sobre gatos, o perfil no instagram da especialista Liliane de Lima é o @personalpetcompany