Neste sábado (18), familiares e amigos de Mateus Silva Noga, 22 anos, morto por um guarda municipal no dia 11 de setembro no Largo da Ordem, farão uma manifestação. Os manifestantes vão pedir justiça, às 19 horas, no mesmo local do crime, no Largo da Ordem. “O assassinato do jovem de 22 anos é inaceitável e precisa mais do que respostas, mas de ações efetivas do poder público”, diz a convocação para o protesto.
O Guarda Municipal que fez o disparo que resultou na morte de Mateus Silva Noga, de 22 anos, poderá responder por homicídio doloso, com intenção de matar. Noga foi baleado na noite do último sábado (11), no Largo da Ordem, em Curitiba. A delegada resposável pelo caso, Daniela Corrêa Andrade, recebeu um vídeo, gravado por uma das câmeras da prefeitura de Curitiba no local, que mostra apenas um disparo. A ação da Guarda Municipal tentava dispersar uma aglomeração. O agente resposável pelo disparo foi afastado de suas funções.
A Polícia Civil já ouviu duas testemunhas. O guarda suspeito teria dito que, antes da ação, trocou sua munição por uma menos letal. A Guarda Municipal informou que havia uma confusão no Largo da Ordem no momento da açãoe que pessoas que estavam no local jogaram garrafas contra os agentes. Em coletiva nesta quinta-feira (16), a delegada disse que a imagem foi captada por uma câmera posicionada em um local muito alto, o que dificulta a visualização. Segundo Daniela Corrêa Andrade, não é possível identificar se o guarda fez a troca da munição.
A delegada disse que, pelas imagens, o guarda não atirou com intenção de matar. “A gente percebe ali claramente que ele não atirou para matar, ele não mirou em alguém para matar, mas pode ser entendido que ele tenha assumido o risco de que aquele resultado acontecesse”, afirmou Daniela Corrêa Andrade. “A gente já tem a autoria, não temos dúvidas quanto a isso. Precisamos delimitar qual o crime que ocorreu, se seria um homicídio culposo, com algum tipo de imperícia, se ele estava acobertado por algum excludente de ilicitude, agindo em legítima defesa ou de terceiro, ou se houve dolo eventual e ele acabou assumindo o risco de produzir algum resultado”.
Silêncio
Deputados estaduais criticaram, na sessão do dia 14 de setembro da Assembleia Legislativa, o silêncio do prefeito Rafael Greca (DEM), sobre o caso de Mateus Silva Noga. Os parlamentares questionaram o fato de Greca não ter se pronunciado sobre o tema até agora.