Carol Dartora (PT): resistência de caciques. Rodrigo Fonseca/CMC

Primeira mulher negra a se eleger vereadora de Curitiba em 2020, e deputada federal pelo Paraná, em 2022, Carol Dartora (PT) criticou a resistência do partido em abraçar sua pré-candidatura à prefeitura da Capital do Estado para 2024. Em entrevista à Folha de São Paulo, ela afirmou que, apesar de ter colocado abertamente seu nome à disposição da legenda, ela afirma que até agora, não foi chamada pelo comando da sigla para participar das articulações para a disputa do ano que vem.

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Deputada defende frente ampla de esquerda para disputar sucessão de Greca

Segundo ela, há uma discussão sobre se o PT deve ter candidatura própria ou integrar uma frente ampla de esquerda. “O ideal seria uma frente ampla. Mas, eu percebo que, mesmo eu demonstrando a condição e a força política para construir uma candidatura de esquerda para a nossa cidade, está muito difícil de articular”, afirmou. “Não estaríamos num impasse se eu fosse um homem, branco, rico”, avaliou a parlamentar.

Dartora aponta “resistência de caciques políticos” ao seu nome

Entre os possíveis nomes citados para compor essa frente estariam o deputado federal e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) e o deputado estadual Goura (PDT), que foi candidato à prefeitura em 2020, ficando com a segunda maior votação, atrás do prefeito reeleito Rafael Greca (PSD). Além disso, no PT estariam cotados os deputados federais Tadeu Veneri e Zeca Dirceu; e os deputados estaduais Requião Filho e Arilson Chiorato. “Mas, realisticamente, a esquerda já tem um nome à prefeitura de Curitiba, o nome de uma mulher preta”, argumentou Dartora.

“Há uma resistência de caciques políticos, de pessoas que estão há muito tempo no poder. É resistência em abrir espaço. Por exemplo: eu sei que o meu partido tem conversas com o PSB e eu nunca fui chamada para elas. Então a política continua sendo muito masculina, muito branca. Mesmo demonstrando força política, essa hierarquia está colocada”, apontou a deputada.