Pedágio: impasse continua. Everson Bressan-SECS

O governador Ratinho Júnior (PSD) só vai esperar até o final desse mês de março por uma decisão do governo Lula sobre o modelo de concessão dos novos pedágios no Paraná. Caso não haja um acordo até lá, o governo paranaense não vai mais delegar à União aos rodovias estaduais que representam cerca de um terço dos 3.300 quilômetros a serem concedidos à iniciativa privada. A informação foi dada hoje pelo líder de Ratinho Jr na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD).
O governo paranaense defende que o leilão seja por menor tarifa, com o pagamento de um aporte financeiro proporcional ao desconto para a garantia das obras. O PT paranaense defende que a licitação seja por menor tarifa, sem limite de desconto ou cobrança de aporte, alegando que isso encareceria as tarifas.
Na semana passada, o governo Ratinho Jr anunciou na quinta-feira que o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB/AL), viria a Curitiba para assinar com o governador a delegação das rodovias estaduais dos lotes 1 e 2 das novas concessões. Pressionado pelo PT, Renan Filho cancelou a vinda ao Estado, o que irritou o governo paranaense.
“O governador tomou uma decisão. A data limite que o Paraná vai esperar é o final de março, a decisão que cabe unicamente ao governo federal. Se for contra ou a favor do modelo. Se for contra, o Paraná fica com as suas rodovias e o governo federal com as suas”, disse o líder governista na Assembleia.
Após a eleição de Lula, o governador já havia dito que se não fosse mantido o modelo de concessão acertado na gestão Bolsonaro, o Paraná poderia não ceder as rodovias estaduais à União. Nesse caso, afirmou Ratinho Jr, o próprio governo paranaense faria a concessão dessas rodovias por conta própria, sem a participação do governo federal.
Também hoje, os deputados Arilson Chiorato (PT) e Luiz Cláudio Romanelli (PSD) foram a Brasília para um encontro com o chefe da Casa Civil de Lula, Rui Costa, para tratar do pedágio. A reunião teria a participação da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Segundo fontes do partido, o Ministério dos Transportes pretende fazer mudanças no modelo de concessão. A ideia é diminuir a curva de aporte financeiro para garantir descontos maiores e redução das tarifas.