Um almoço reuniu ontem três pré-candidatos de oposição à prefeitura de Curitiba: a deputada federal Carol Dartora (PT), o deputado estadual Goura (PDT) e o deputado federal Luciano Ducci (PSB). No cardápio, a formação de uma frente ampla para a disputa pela sucessão do prefeito Rafael Greca (PSD).
Além desses três partidos, a articulação envolve ainda outras quatro legendas: o PC do B, o PV, a Rede e o PSOL. Os defensores da frente defendem que a formação de uma coligação com esses e outras siglas de centro-esquerda aumentariam as chances de emplacar um nome do grupo no segundo turno da disputa na Capital no ano que vem.
Problema será decidir quem indicará o cabeça de chapa
O grande problema será definir quem indicará o cabeça de chapa. Goura tem o argumento de ter sido o segundo mais votado na disputa de 2020, com mais de 100 mil votos, ou 13% dos votos válidos. Na época, Greca foi eleito no primeiro turno, com quase 60% dos votos.
Carol Dartora foi a primeira mulher negra a ser eleita para a Câmara Municipal de Curitiba, em 2020. Em 2024, tornou-se também a primeira mulher negra a ser eleita deputada federal pelo Paraná, com 130.654 votos.
Dos três, Luciano Ducci é considerado o nome mais “moderado”. Ele enfrenta resistências de setores da esquerda, já que foi vice-prefeito na gestão de Beto Richa (PSDB), tendo assumido a prefeitura em 2010. Na época, concorreu à reeleição, mas não chegou ao segundo turno, na disputa vencida por Gustavo Fruet (PDT).
No PT, o grupo do ex-governador Roberto Requião critica a aproximação com o deputado do PSB, lembrando que ele não fez campanha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
No campo governista, vice de Greca tem o apoio de Ratinho Jr e do prefeito
No campo governista, o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), já recebeu o apoio público do governador Ratinho Júnior (PSD) e de Greca. Pimentel também defende a formação de uma “frente ampla” com o lançamento de uma chapa única dos partidos da base de Ratinho Jr e do prefeito. O mesmo é defendido pelo também pré-candidato, deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), que considera, porém, ser ele o melhor nome para representar o grupo na disputa. Em 2016, Leprevost chegou ao segundo turno contra Greca, fazendo mais de 400 mil votos.
Além de Pimentel e Leprevost, outros nomes da base de Ratinho Jr estão cotados, como o do ex-deputado federal Paulo Martins (PL). O ex-parlamentar é amigo pessoal do governador. Em 2022, disputou o Senado, ficando com a segunda maior votação, atrás do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil. Martins conta ainda com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).