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Foto: Unsplash

Este é o século do design: é impossível falar de qualquer área sem mencionar este campo que cria produtos, espaços e experiências focados em funcionalidade no usuário. O design está em toda parte: desde a presença no mundo físico, como o design de interiores, até na usabilidade e maneira intuitiva com que mexemos em aplicativos de celular. O campo é tão abrangente que, se falarmos de tecnologia, vamos acabar falando de design. E se falarmos de emoções, também.

O design emocional é uma abordagem holística que trabalha a conexão entre o ambiente que habitamos e o nosso bem-estar emocional. Estudos indicam que ambientes projetados com consideração emocional podem reduzir o estresse, promover a criatividade e até mesmo melhorar a qualidade do sono.

Ainda que algumas cores e formas comuniquem o mesmo para todos nós – cores claras e neutras acalmam, cores vibrantes estimulam –, um bom projeto de design emocional trabalhará também questões individuais no ambiente, como memorabília e elementos decorativos, sejam eles garimpos, heranças de família ou lembranças de viagens. Cada objeto em nossas casas conta uma história. Seja uma fotografia que evoca memórias preciosas ou um móvel de herança familiar, nossas casas tornam-se testemunhas de nossa jornada.

Isto se intensificou principalmente nos últimos anos, em que buscamos repaginar a narrativa de nossas casas com cores, formas e texturas para nos sentirmos ainda mais confortáveis e acolhidos. O design emocional está também na criação da atmosfera do ambiente, nas sensações despertadas pelas texturas, cores e iluminação. São tantos caminhos quanto são as emoções humanas!

Seja visual, táctil, olfativa ou auditiva, as formas de promover uma interação significativa e profunda entre as pessoas e o ambiente dependem da finalidade do cômodo, do desejo do cliente e da criatividade do profissional. Às vezes, as soluções aparecerão no equilíbrio de cores e formas, trabalhando um espaço que facilite a concentração, o descanso e o relaxamento – a tendência da biofilia e da integração de espaços é um fenômeno que tem tudo a ver com essa busca pela casa enquanto refúgio e convivência familiar.

As tonalidades desempenham um papel crucial na criação de atmosferas: tons suaves podem transmitir calma, enquanto cores vibrantes estimulam a energia e a vitalidade. Da mesma forma, as formas têm o poder de evocar sentimentos distintos; curvas suaves sugerem conforto, enquanto linhas retas podem transmitir uma sensação de ordem e estabilidade.

Já as texturas são narradoras silenciosas das histórias daquele ambiente: um tapete macio sob os pés pode invocar aconchego e familiaridade, enquanto superfícies ásperas podem despertar uma sensação de autenticidade. Mesclar texturas pode enriquecer as possibilidades de relação com o ambiente, a depender do desejo do morador.

Quando nossos espaços são mais do que visualmente atraentes, quando eles ressoam com nossas emoções, eles se transformam em refúgios que nutrem nossa alma, oferecendo um contraponto à agitação do mundo exterior. Por isso, o design emocional vai além da funcionalidade pura e da estética superficial, buscando criar uma ressonância emocional que pode variar desde sentimentos de conforto e familiaridade, promovendo também inspiração, empolgação e criatividade. Tudo o que precisamos para construir um lar completo!

Melissa Mussi | [email protected]