Foto1 Laman Maharramli Reprodução Instagram
Blazer oversized ajuda a atualizar o look (Laman Maharramli Reprodução Instagram)

Quem diria que o código de vestimenta, justo ele, causaria, em pleno 2024, alvoroço nas empresas, entre recrutadores e candidatos a vagas de emprego. E não se trata de qualquer candidato, mas, mais especificamente, de candidatos da geração Z, que nasceram entre 1995 e 2010. Segundo uma matéria da Forbes Brasil, que leva em conta um estudo realizado pelo software para currículos ResumeBuilder, mais de 30% dos recrutadores estão evitando o pessoal desta faixa etária e preferindo a galera um pouquinho mais velha porque os candidatos da Geração Z não se vestem adequadamente (58%), não fazem contato visual (57%), têm exigências salariais irracionais (42%), não se comunicam bem (39%) e não parecem muito interessados ou engajados (33%). Depois, uma vez contratados, os trabalhadores da Geração Z, segundo o estudo, tendem a se comportar de forma arrogante (60%) e são difíceis de gerir (26%), entre outras coisas.

A ideia aqui não é reforçar aqui nenhum embate geracional, demonizar nossos jovens e afoitos trabalhadores ou os nossos experientes e tradicionais recrutadores. Vamos sentar como amigos, ouvir as partes e abrir os corações. Os jovens há mais tempo conhecem bem o jogo, já têm as manhas sobre o que dá ou não dá certo no mundo corporativo. Os novos jovens são impetuosos, têm fome de bola, querem recriar a roda e as jogadas e isso não é necessariamente ruim. Falando de roupa, a indumentária corporativa mudou bastante nos últimos anos e não há nada que recomende, por exemplo, o uso exclusivo de tailleurs, camisas, blazers em alfaiataria, saias lápis e afins — a não ser em ambientes muito formais. No entanto, isso não quer dizer que tudo está liberado. Lembre-se: roupa comunica, o que você usa fala muito sobre você, trabalho não é lugar de desfilar ou de sensualizar, portanto, fashionismos, decotes, roupas muito curtas, muito justas, muito decotadas devem preferencialmente ficar fora da firma. 

Não vale tudo nem tudo está proibido. O bom senso — este, sim, artigo em falta no mercado — precisa ser acionado. Quem não tem precisa desenvolver, quem tem precisa usar para ajudar o novato. Observar o mundo à sua volta é um ótimo termômetro de comportamento. Não adianta achar que vai arrasar com o look ousado na firma mais caretinha. Vá aos poucos, não é preciso violar sua identidade, use a criatividade e adapte seu estilo ao tal código de vestimenta. Aos recrutadores, a dica é ter paciência, atualizar alguns padrões e se livrar de outros tantos. A moda é revolucionária e todo mundo pode aprender com o outro. Viva a diversidade!