CESTAS BASICAS CESTA BASICA PADRE DISTRIBUI CESTA BASICA (foto: Frankin de Freitas)

A pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo planeta no começo de 2020. Empresas suspenderam os trabalhos, escolas pararam de funcionar e as ruas de cidades ficaram desertas. A Covid-19 provocou um caos na saúde. Milhões morreram por causa da doença em todo o mundo antes das primeiras vacinas serem colocadas à disposição.

Os reflexos da pandemia provocaram, além da perda de vidas, fechamentos de empresas e demissões. Sem trabalho e renda, milhares de famílias em todo o país ficaram sem poder aquisitivo para comprar alimentos e pagar as contas de casa. A paralisação de escolas deixou crianças sem acesso à merenda. Os mais pobres foram os mais afetados.

Inúmeras iniciativas surgiram pelos quatro cantos do Brasil para minimizar a crise. Em Curitiba, na Vila Torres, religiosos ligados à Capela Nossa Senhora Aparecida lançaram o projeto SOS Combate à Fome, uma ampliação do trabalho realizado com a comunidade que vive próxima ao bairro Rebouças.

“O nosso SOS já existe na Vila Torres há vários anos. No início da pandemia, em 9 de março de 2020, lançamos o SOS para arrecadar alimentos. Nós fazemos a coordenação, mas atuamos em ‘rede’ com a Associação de Moradores da Vila Torres, religiosos católicos da região [Irmãs Vicentinas, Irmãs Bernardinas, Irmãos Maristas da PUCPR] e outros movimentos”, diz o padre Joaquim Parron, coordenador do projeto.

A doação de alimentos ajuda a pessoas como Cerlene Aparecida de Oliveira do Carmo, 55 anos, que há 7 anos está desempregada. Cerlene conta que perdeu o emprego após ficar doente. Sem direito a auxílio, ela conta que as doações de cestas básicas a ajudam a levar comida para sua família. “Há 7 anos fiquei doente e fui demitida. Luto contra uma depressão. O pouco que consigo receber serve para pagar o aluguel. A ajuda da SOS é importante para levar comida para casa”, afirma.

Outra assistida pela entidade é Maria Helena Ferreira Silva, 40 anos. Ela conta que recebe auxílio governamental. O dinheiro serve para pagar aluguel, luz e água; não sobra para a alimentação. “A cesta básica que recebo ajuda a ter o que comer no almoço, na janta e até no café da manhã.” “A entidade vive das doações das pessoas de boa vontade, da solidariedade das pessoas que enxergam a seriedade e dinâmica do nosso trabalho social”, diz Parron.

Objetivos

Segundo o padre, o SOS Combate à Fome trabalha com três objetivos específicos: “dar o peixe”: entregando marmitas e cestas básicas para 2 mil famílias por mês; “ensinar a pescar”: oferecendo pequenos cursos e realizando mutirão de emprego nas comunidades assistidas; e “conquistar o lago”. Nas palavras do religioso, muitos “aprendem a pescar”, mas o “lago está cercado de arrame farpado” por causa do sistema socioeconômico que acaba marginalizando os mais pobres. “Por isso, em nossas ações, damos o básico sobre cidadania, participação social, direitos e deveres dos cidadãos.”

Padre Parron conta que o projeto foi se especializando no fim de 2020, com ações voltadas à empregabilidade e cidadania. A atuação da entidade prioriza catadores e recicladores, desempregados das periferias e mulheres em vulnerabilidade social. Hoje, o SOS Combate à Fome atende, além da Vila Torres, moradores da Vila Britanite, Vila União, Vila Pantarola, no Tatuquara, e Vila Novo Guaporé, no Campo Comprido.

“O projeto SOS Combate à Fome tem como objetivo despertar as pessoas à solidariedade, dando esperança de vida às pessoas que vivem na vulnerabilidade social. Este projeto oferece a possibilidade das pessoas realizarem o seu voluntariado”

Joaquim Parron, padre redentorista e coordenador do projeto SOS Combate à Fome.

FICHA

SOS Combate à Fome

Quando começou: Projeto foi criado em 9 de março de 2020.

Forma de atuação: Voluntariado.

Quais são as ações praticadas: Doação de cestas básicas, marmitas, cursos e mutirão de emprego nas comunidades assistidas.

Quantas pessoas atende: 2 mil famílias são atendidas por mês. Moradores da Vila Torres, Vila Britanite, Vila União, Vila Pantarola e Vila Novo Guaporé.

Parceria com órgãos públicos: Não há.

Como colaborar: O projeto aceita ajuda de voluntários e alimentos não perecíveis. Interessados podem entrar em contato por meio do WhatsApp (41) 99963-2350.

O projeto Rede do Bem

Para comemorar os seus 40 anos, o Bem Paraná criou o projeto Rede do Bem, que vai reunir o perfil de 40 entidades e ONGs de Curitiba voltadas a ajudar causas relevantes para sociedade. Até a data do aniversário do Bem Paraná, no dia 17 de junho deste ano, serão publicados os perfis das entidades às quartas, quintas e sexta, com o objetivo de divulgar o trabalho e assim fomentar a participação da sociedade.