terms-7010187_1920
Foto: Pixabay

Muitos sonham com isso porque desejam trabalhar em casa ou, ainda, poder viver uma vida mais livre, trabalhando de qualquer cidade ou país, a qualquer horário e encaixando o trabalho em qualquer tipo de rotina.

Em alguns casos, isso é realmente possível.

Há diversos tipos de empreendimentos digitais que não exigem um ponto fixo para a execução das atividades e que são capazes de gerar rendimentos bastante interessantes para quem investe em aprendizado e aplica, de forma responsável, aquilo que aprende.

O mercado, no entanto, não é para amadores.

Assim como há inúmeros segmentos, cursos e treinamentos para ensinar quem quer começar com o pé direito, há também uma concorrência acirrada na maioria dos nichos que geram boa rentabilidade.

Antes mesmo de começar, é interessante buscar compreender quais serão os desafios que estarão adiante na empreitada, e escolher com quais deles se está disposto a lidar. 

Isso ajudará a evitar frustrações e se preparar para saber como agir nos momentos mais complicados da gestão do negócio.

E-commerce

Um dos principais segmentos do trabalho na internet é o do e-commerce, voltado para as vendas de produtos físicos em lojas virtuais.

Para quem quer estabelecer um negócio com rotina, funcionários e possibilidades de faturamento de centenas de milhares de reais (ou milhões), por ano, esse pode ser um bom caminho para empreender. No entanto, é preciso compreender algumas coisas:

Uma loja virtual pode começar como um “negócio de um homem só”, mas em caso de crescimento e de sucesso, será impossível que esse tipo de sistema funcione.

Conforme aumentam as vendas, é preciso contar com colaboradores, e contratar pessoas pode mudar todo o funcionamento do negócio.

Segundo o advogado trabalhista Maurício Souza, um único funcionário custa, no mínimo, R$2000 mensais aos cofres de uma empresa, e vale dizer que, quando se trata do segmento digital, o salário mínimo quase nunca é praticado.

É preciso também contar com outras despesas. 

Assim como um negócio físico, que faz suas vendas através de uma maquininha Ton ou Moderninha precisa pagar taxas e tarifas sobre suas operações, quem tem um e-commerce também precisa contar com uma plataforma de pagamento, que acaba ficando com uma parte do valor das vendas.

A publicidade para vender online é diferente da que é feita quando alguém possui uma loja física, onde as pessoas podem passar na porta e acabar realizando alguma compra.

É preciso investir em ferramentas como o Leadlovers, o RD Station, o MailChimp e outras que automatizam processos de marketing. Tudo isso tem um custo.

Além disso, para que os produtos apareçam no Google e em outros buscadores, é preciso investir em SEO (Search Engine Optimization), a técnica responsável por fazer que quando um possível comprador pesquisa por alguma palavra, a loja do empreendedor seja uma das respostas.

Um exemplo: O dono de uma loja de brinquedos está procurando por novos itens para revender. Ele faz uma pesquisa por um produto específico. Digamos que seja “cubo mágico atacado”. O Google apresentará uma página com várias lojas que vendem o produto e, provavelmente, o possível comprador visitará, pelo menos, as 3 primeiras opções apresentadas, para ver preços e outras informações a respeito do cubo mágico.

Essa exibição no Google não acontece de forma aleatória. É preciso realizar um grande trabalho, que pode demorar meses, para alcançar as primeiras posições da primeira página e, assim, começar a conseguir realizar vendas sem precisar pagar por cada clique que direciona para o seu site.

São pouquíssimos os casos em que o próprio empreendedor sabe realizar essa tarefa e é aí que entram, também, as agências de marketing digital, utilissimas, porém que podem ter um custo bastante elevado, mensal e quase impossível de evitar.

Enquanto essas boas posições no Google não são alcançadas, o caminho para conseguir acessos é investir em tráfego pago, tanto através do próprio buscador quanto pelas redes sociais.

Nesse caso, cada clique tem um custo, e é preciso ter um capital de giro robusto para garantir tráfego durante todo o mês.

Boa parte desses “detalhes” é bastante disseminada na internet, mas apenas para quem já procura aprender sobre o universo específico do e-commerce.

No âmbito do empreendedorismo, como um todo, essas informações não são tão disseminadas, e só quando a operação já está iniciada, é que muitos lojistas descobrem que se não tiverem um bom capital em caixa, não conseguirão fazer o negócio funcionar.

Em partes, isso é culpa do próprio mercado de criação de lojas virtuais.

Algumas empresas que oferecem plataformas de vendas e criação simplificada de e-commerces, vendem a ideia de que “Você Pode Vender Pela Internet Gastando Apenas R$29,90 Por Mês”. 

Isso é uma falácia.

É possível pagar pouco em uma plataforma de vendas enquanto a loja é realmente pequena, recebe pouco tráfego, realiza poucas vendas e possui poucos itens cadastrados.

No primeiro sinal de crescimento, boa parte dessas empresas que oferecem esse serviço de loja virtual quase gratuita aumenta os valores de mensalidades de forma bastante relevante, ou passa a cobrar por tráfego ou por vendas.

É, em muitos casos, uma boa armadilha.

Além disso, não basta pagar apenas uma mensalidade para conseguir vender na internet, os custos de marketing, logística, equipe e diversos outros, podem ser bem altos.

Quem pensa em abrir um e-commerce, hoje, precisa estar disposto a estudar muito sobre o mercado digital, com foco nessa área, de vendas em lojas virtuais. Além disso, é importante fugir de tudo que parecer muito simples e econômico. Quase sempre, o barato sai caro.

Viver da internet, hoje, é uma das formas mais rápidas de alcançar uma renda consideravelmente alta, mas está longe de ser uma das mais fáceis. É preciso ter preparo para não naufragar nesse oceano.