A coluna Toda Política desta terça-feira no JE.

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Requião não seguiu os ritos democráticos ao nomear o reitor da Unioeste de Cascavel. Obedecendo a critérios pessoais e sempre contrariando o resultado das urnas, o governador desprezou o candidato vencedor e usou da prerrogativa da lista tríplice para escolher o seu predileto. No caso, o atual reitor Alcebíades Luiz Orlando. A decisão foi precedida de um embate técnico. Na eleição para a reitoria da universidade, em setembro de 2007, Alcebíades obteve 47% ante 48% do adversário, o professor Altevir Castro dos Santos. Após denúncia de fraudes, foi aberta uma sindicância e uma comissão da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entendeu que, segundo critério de arrendondamento, houve um empate nas eleições (50% a 50%). Nesse caso, Altevir levaria vantagem já que possui o titulo de doutor enquanto Alcebíades é mestre. Óbvio que Requião não levou nada disso em conta.
Altevir chiou. Obteve o apoio de estudantes, professores e da Associação Comercial de Industrial de Cascavel (ACIC) e organizou manifestação exigindo que Alcebíades recuse a nomeação imposta pelo governador. Os próximos capítulos desta saga ainda estão por ser deslindados.
Agora recuemos um pouco no tempo. Quinze anos para ser mais exato. Em 1993, no primeiro mandato de (adivinha quem?) Requião, o vencedor nas eleições para reitor da Unioeste foi o professor Erneldo Schallenberger, mas não foi ele quem tomou posse. Seguindo procedimento que repetiria anos mais tarde, o governador escolheu o segundo nome da lista, Marcus Vinicius Pires de Souza.
Mais uma vez a comunidade reagiu e o reitor nomeado foi obrigado a despachar durante um mês na sede da ACIC, a mesma entidade que agora exige democracia na universidade e que, antes, deu legitimidade a Souza.
Já Altevir, o mesmo Altevir que reclama o cargo e exige de Alcebíades conduta ilibada, foi nomeado assessor de obras da Unioeste de fevereiro a dezembro de 1995, sob a “ditadura” do reitor intervencionista. É mole?
Bom, a historinha acima cabe como fábula fabulosa ao conceito de democracia que pulula por aí e que, ao sabor do vento, costuma atender interesses outros que não o do seu significado. Constatar que Requião é coadjuvante nos dois episódios, mesmo com o longo hiato de tempo, só serve para confirmar que o peemedebista continua o mesmo. Ele, ao menos, não mudou. E no pior sentido.

A mesma toada
O PDT voltou a bater na tecla. Quer a garantia de Beto Richa que, caso reeleito, cumprirá o mandato até 2012 e deixará o caminho livre para que Osmar Dias dispute o governo em 2010.

Toma-lá-dá-cá
Em troca, o partido acena com um tapete vermelho para a eleição de 2014, no que Osmar abriria mão da reeleição mesmo que ela não seja extinta na reforma política.

Agora vai
A secretária de Cultura, Vera Mussi, enfim, lança hoje, na Escolinha, o selo comemorativo dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil.

Ele caiu na salsa
O lançamento estava programado para a semana passada, mas foi adiado em função da contenda de Requião com o desembargador Edgard Lippmann Júnior. Desta vez as coisas devem andar segundo a agenda, uma vez que Requião foi sassaricar em Cuba.

Dose dupla
Ao ler reportagem do JE, informando que, além de Vera, também o diretor-presidente da RTVE, Marcos Baptista, está lotado na pasta de Cultura como secretário, alguém perguntou maldosamente: “Vai a senhora ou vai o Baptista?” Vera fingiu que não ouviu.

Ao gosto do freguês
O governo tanto age como se o dinheiro público fosse patrimônio particular que a Imprensa Oficial está com as rotativas a toda para imprimir o jornal oficial “Notícias do Paraná” com versões para cada região do estado.

Senta que cansa
A denúncia foi feita ontem pelo deputado estadual Marcelo Rangel (PPS) e deve movimentar a Assembléia Legislativa no retorno aos trabalhos – lá no longínqüo dia 11.

ARREMATE
Deputado-exemplo está aí: no domingo, o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) furou três pedágios e saiu conclamando os paranaenses a fazer o mesmo. Hoje, o pedágio. Amanhã, o semáforo. Depois, as catracas de ônibus. A revolução vem aí!

OBLADI-OBLADÁ
A foto da reunião do diretório estadual do PT, distribuída ontem pela assessoria de imprensa, mostra quanto o partido mudou desde que assumiu o poder. Na imagem, uma platéia diminuta – quase indigente – vislumbra uma mesa apinhada de dirigentes partidários. Muito cacique para pouco índio. *** A tese de que um prefeito pode perder o direito à reeleição caso tenha ocupado interinamente a prefeitura na condição de vice não se sustenta no TSE. *** Nem mesmo os ministros mais ortodoxos levam a sério.

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