O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), negou ontem que tenha havido qualquer restrição à transmissão do discurso da presidente Dilma Rousseff na TV E-Paraná, do governo do Estado, durante a cerimônia de anúncio dos investimentos na construção do metrô de Curitiba, na última quinta-feira. Segundo Traiano, um problema técnico na transmissão reduziu um trecho da fala da presidente. A direção local do PT cobrou explicações do governo sobre o corte. Jamais o governador Beto Richa ou algum de seus colaboradores cometeria uma deselegância e uma grosseria com a presidente Dilma Rousseff, com quem o governador mantém um conhecido e excelente relacionamento, disse Traiano.

Claque
O líder do governo recordou os investimentos federais que tem vindo ao Paraná, entre os quais os que serão direcionados ao metrô, além dos elogios dedicados por Dilma Rousseff ao governador para enfatizar que qualquer espécie de restrição a presidente na TV estadual simplesmente não teria sentido. Essas mesmas pessoas que hoje clamam aos céus contra uma irrelevante falha da TV Educativa eram as mesmos que formavam a claque do ex-governador na escolinha e aplaudiam delirantemente seus excessos e o uso da TV Educativa como uma máquina para agredir e perseguir os adversários. Como entender esses dois pesos e duas medidas?, indagou Traiano.

Nota de repúdio
De qualquer forma, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) e emitiu nota ontem repudiando a cobertura seletiva e enviesada promovida pela TV E-Paraná, que cortou sua transmissão ao vivo momentos antes do discurso da presidente Dilma Rousseff. A emissora veiculou a íntegra dos discursos do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, e do governador do Paraná, Beto Richa. Na sequência, quando Dilma anunciaria os investimentos da União no futuro metrô de Curitiba, o canal simplesmente retomou sua programação normal (o programa infantil Cocoricó). Só voltou a transmitir o discurso da presidente mais de dez minutos depois, quando o corte abrupto já era alvo de críticas em redes sociais.

Desencontro
A direção estadual do Partido Verde (PV) divulgou no final da tarde de ontem nota afirmando que o deputado estadual Rasca Rodrigues teria retirado sua pré-candidatura à prefeitura de Curitiba para 2012. O motivo seria a intenção de dedicar-se à sua defesa no processo judicial em que ele foi condenado, por suposta irregularidade no processo de concessão de licença ambiental para a construção da hidrelétrica de Mauá, no Rio Tibagi, quando Rasca era presidente do Instituto Ambiental do Paraná.

Negativa
O parlamentar foi condenado sob a acusação de improbidade administrativa, no último dia 10 de outubro, pela 1ª Vara da Justiça Federal de Londrina, sob o argumento de que quando concedeu a Licença Prévia, na ocasião em que acumulava o cargo de conselheiro fiscal da Copel. A estatal paranaense integra o consórcio que venceu o leilão para a construção da usina. Rasca nega qualquer irregularidade e permanece no cargo até o julgamento em instância final. Ele admitiu que chegou a pensar em abrir mão da pré-candidatura por conta disso, mas depois reavaliou a decisão, mesmo admitindo que isso o enfraquece na disputa interna. Além dele, disputam a indicação de candidato do PV o deputado estadual Roberto Aciolli e a ex-deputada federal Dra Clair. Na nota divulgada ontem, a direção do partido afirma que perante o Partido Verde está oficialmente retirada a pré-candidatura do Deputado Rasca Rodrigues à prefeitura de Curitiba.

Ceasa
O deputado Tadeu Veneri (PT) apresentou requerimento pedindo informações do governo do Estado sobre a dispensa de licitação para a contratação da empresa que fará a coleta de lixo nas dependências da Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa), em Curitiba. A empresa Transresíduos Transportes de Resíduos Industriais Ltda foi contratada pelo prazo de 180 dias, por R$ 918,3 mil. A contratação foi feita pela Secretaria de Administração e Previdência. Veneri solicita a cópia do contrato existente anteriormente para a prestação do serviço e a cópia integral do processo administrativo para a atual prestação do serviço, incluindo as consultas de preços realizadas às demais empresas do ramo.

Inspeção
As equipes de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) começaram ontem as visitas de inspeção às 17 unidades do Instituto Médico Legal — 16 localizadas no Interior mais a sede, na capital. O trabalho de campo, que consiste na coleta de dados e informações in loco sobre as condições de operação do órgão, constitui uma das etapas da Auditoria Operacional (AOP) do IML, instaurada em maio deste ano pela Corte. A expectativa é de que até o final de dezembro o TCE emita um relatório detalhado sobre a situação do Instituto.

Consulta
Além da fiscalização nas unidades do IML, uma consulta será feita aos públicos diretamente ligados à sua atuação. No início de novembro, um formulário será postado no link Enquetes e Pesquisas, disponível no site do TCE na internet (www.tce.pr.gov.br). Dirigido aos servidores do IML e aos representantes de órgãos públicos que utilizam os laudos e pareceres emitidos pela instituição, como o Ministério Público, delegacias de polícia, o Poder Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil, ele terá por objetivo colher subsídios que levem ao aperfeiçoamento da atuação do Instituto. O relatório elaborado ao final da AOP do IML conterá recomendações para o aprimoramento da gestão do órgão, revela Tatianna Bove Iatauro, inspetora da 5ª ICE do Tribunal de Contas.

Audiência
Acontece hoje, às 19 horas, audiência pública com a população na Regional da Matriz, na Praça Rui Barbosa, centro da cidade. A promoção é da Comissão Especial da Copa, para abrir o debate à comunidade. A Câmara quer dividir as informações a respeito do que está sendo feito na área de infraestrutura para a recepção dos jogos da Copa do Mundo de 2014 em Curitiba. Os parlamentares também devem receber sugestões que possam melhorar os serviços ofertados pela cidade.


Em alta
Os paranaenses Dalton Trevisan e Laurentino Gomes foram agraciados com o 53º Jabuti, o mais antigo e prestigiado prêmio literário do país, concedido pela Câmara Brasileira do Livro desde 1959. Trevisan ganhou na categoria Contos e Crônicas, com Desgracida. O livro 1822, de Gomes, foi considerado o melhor livro-reportagem de 2011.

Em baixa
Relatora da ação que corre no Tribunal Regional Federal da
1ª Região (TRF-1) pedindo a anulação do decreto que autorizou a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte
em 2005, a desembargadora
Selene Maria de Almeida votou favoravelmente a um pedido do Ministério Público Federal no Pará.