Caciques do PSDB decidiram, em conversas reservadas, que vão insistir na estratégia pública de defender que a cúpula petista da CPI do Cachoeira está direcionando as investigações para manter o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, no foco da comissão. Mas, em privado, já admitem que não vão se opor a uma eventual nova convocação e até mesmo ao eventual indiciamento do governador pela CPI.
O relatório da Polícia Federal que aponta Perillo como tendo firmado um compromisso com a Delta Construções, com a intermediação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, dificultou ainda mais uma defesa intransigente do governador. As provas são robustas, admitiu um cacique tucano.
Mas, como Perillo não se licenciou do partido logo após o início das acusações de envolvimento com Cachoeira, fica difícil, segundo tucanos, cobrá-lo agora para se licenciar temporariamente do PSDB. Ou seja, não vão largá-lo agora. Nada contra a convocação, não seremos obstáculo à convocação. Mas a pergunta é: convocar para quê? Para repetir as mesmas perguntas e ouvir as mesmas respostas?, questionou o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), ontem.
Para ele, a eficácia do novo depoimento é questionável porque o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (SP), já sinalizou que há elementos para sugerir o indiciamento de Perillo ao final dos trabalhos. Pelas entrevistas concedidas até então, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), também tem sinalizado que deve indiciar o governador por envolvimento com Cachoeira. O tucano sustenta que o indiciamento é mais político, uma vez que a PF está mais avançada na investigação.