Os bancos dificultam a contratação de pacotes de serviços grátis pelos seus clientes. A conclusão é de um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com os seis maiores bancos que atuam no país. Os bancos, por sua vez, negam que escondam o produto básico dos clientes.
 Dede 2008 os bancos são obrigados a oferecer o pacote gratuito. Esse pacote foi estabelecido pelo Banco Central e inclui serviços gratuitos mensais, como quatro saques (no caixa do banco ou nos caixas eletrônicos), duas transferências entre contas do mesmo banco, dois extratos do mês anterior, um extrato anual e dez folhas de cheque.
 O Idec fez a pesquisa em agências do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander.
 Os pesquisadores pediram que suas contas correntes fossem alteradas para contas de serviços essenciais. Alguns funcionários, segundo o instituto, não tinham conhecimento desse direito e outros se negaram a fazer a conversão.
Segundo o Idec, no HSBC, o atendente negou que a conta gratuita existisse. Ele confundiu os serviços essenciais com o pacote padronizado (que reúne uma quantidade maior de serviços e deve ser oferecido também por todos os bancos, mas é cobrado). Por fim, alterou a conta do pesquisador para o pacote padronizado, que custa R$ 13,50 no HSBC.

O Banco do Brasil também não realizou a mudança. Embora tenha admitido a existência do pacote de serviços essenciais, alegou que o tipo de conta do pesquisador impedia que o sistema realizasse a conversão.
Bradesco e Santander fizeram a conversão da conta. Antes, porém, tentaram persuadir o pesquisador a continuar com o pacote de serviços contratado. Apenas nas agências da Caixa Econômica Federal e do Itaú os pesquisadores não encontraram empecilhos para fazer a mudança.
Em nota, o HSBC informa que orienta seus gerentes a apresentarem ao cliente a relação de pacotes de serviços disponíveis, inclusive a opção pelos serviços essenciais livres de tarifação. Segundo o banco, informações prestadas incorretamente são resultado de falhas pontuais.
 Também por meio de nota, o Bradesco diz que cumpre as regras do Banco Central, tentando sempre oferecer o produto ou serviço mais adequado ao perfil de cada cliente.

Já o Santander diz que o funcionário apresentou ao cliente opções de acordo com seu perfil, e por fim, atendeu ao pedido dele. O Banco do Brasil não se pronunciou sobre o teste até a publicação desta reportagem.
A Caixa e o Itaú dizem que oferecem aos consumidores pacotes que mais se adequam ao seu perfil de relacionamento com o banco.
No entanto, o estudo deixou bem claro que os serviços grátis são ofertados apenas para os clientes bancários que têm conhecimento das novas regras do Banco Central.