O governador Beto Richa (PSDB) ofereceu a vaga de candidato a vice ou ao Senado ao PMDB em troca do apoio do partido à sua reeleição em 2014. E garantiu ainda ao partido a coligação proporcional com o PSDB para a chapa de candidatos à Assembleia Legislativa. A informação é do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), que na segunda-feira à noite participou de reunião da bancada para discutir os rumos do partido na disputa estadual do ano que vem.

Com 13 deputados estaduais – a maior bancada da Assembleia – e seis federais, os peemedebistas colocam como condição fundamental a coligação proporcional para fechar qualquer aliança. Sem um chapão, a previsão é de que o partido não conseguiria reeleger metade de sua bancada no Legislativo estadual.

O problema é que os deputados do PSDB, que são em número de onze e formam a segunda maior bancada da Casa, não querem nem ouvir falar em coligação com o PMDB para a disputa na Assembleia. Eles temem ver repetido o que aconteceu na eleição municipal em Curitiba, onde o partido abriu mão de lançar candidato próprio a prefeito para a apoiar a reeleição do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Além de ver Ducci derrotado, os tucanos tiveram a bancada dizimada: de 13 vereadores, caiu para quatro parlamentares eleitos.

Para Nereu Moura, porém, nem a resistência dos deputados tucanos, que temem perder cadeiras na Assembleia em um chapão com os peemedebistas, representará obstáculo para Richa fechar o acordo com a legenda. Ele (Richa) manda no partido, lembra Moura. O governador assumiu o compromisso de coligação proporcional, o que é fundamental para o PMDB. Se não tiver coligação proporcional, não tem na majoritária, afirma o parlamentar.
Segundo Moura, o PMDB hoje está entre duas opções: a aliança com Richa ou o lançamento de candidatura própria, já que o PT da ministra Gleisi Hoffmann não demonstrou interesse em aliança com o partido. O PT quer que o PMDB lance candidato próprio, explica o deputado.

Nas próximas semanas, os deputados pretendem conversar com o ex-governador Orlando Pessuti e com o senador Roberto Requião sobre o assunto. Ambos defendem que o partido lance candidato próprio ao governo, e se colocam na disputa pela indicação. Pessuti, porém, tem ligações estreitas com o PT de Gleisi, tendo sido nomeado recentemente para um cargo de conselheiro da Itaipu Binacional pela presidente Dilma Rousseff. E Requião está isolado desde que perdeu a convenção de dezembro do ano passado que elegeu o deputado federal Osmar Serraglio presidente do Diretório Estadual do partido, para a chapa formada por Pessuti e pelos deputados estaduais. (IS)