Candidato do PTC ao Senado, o policial militar aposentado Luiz Barbara (PTC) é soldado da policial militar aposentado, foi conselheiro tutelar por dois mandatos em Londrina (norte), professor por processo seletivo simplificado por cinco anos e psicólogo. Sob o slogan SOS Paraná, ele acredita que pode representar as quatro categorias no Congresso Nacional e são esses eleitores que tenta fidelizar para vencer as eleições. Bárbara, é natural de Muzambinho (MG), casado, tem 52 anos e dois filhos. Ele foi candidato a vereador em Londrina em 2000 e 2008 e candidato a deputado estadual em 2010. Foi duas vezes conselheiro tutelar em Londrina, entre 2003 e 2008. Em entrevista ao Bem Paraná, o candidato explica porque sua campanha é direcionada às categorias profissionais que ele quer representar e sua principal bandeira pelo fim da violação de direitos fundamentais dos brasileiros.

Bem Paraná – Por que o senhor que ser senador?

Luiz Bárbara – A minha candidatura nasceu pelo fato de eu ser policial militar, ter sido conselheiro tutelar, pelo fato de eu ser professor, porque também sou professor na rede pública, sou psicólogo formado. Minha candidatura nasceu em função dos direitos violados da população paranaense. Como eu trabalhei com direitos violados dentro da área de crianças e adolescentes, é triste você ver a pessoa chegar ao posto de saúde e não ter remédio, a pessoa que necessita da sua casa e não tem a casa, e isso tudo é garantido por lei, na Constituição é garantido. Então, o direito da nossa população está sendo violado. Por isso botei meu nome para que o partido avaliasse, ele avaliou, e a gente pôde estar trabalhando.

BP – Qual a principal bandeira da candidatura?

Bárbara – A gente está falando SOS Paraná!. Isso pela questão dos direitos violados, mas principalmente, se você pegar a área de crianças e adolescentes, existem muitos municípios que só o presidente do Conselho Tutelar recebe, o outro não recebe. Existem outros municípios que o valor dos salários dos conselheiros tutelares que lidam com a questão da criança e do adolescente é salário mínimo e a gente sabe que a recomendação do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) diz que os salários dos conselheiros tutelares do Estado do Paraná tem que ser de 60% dos salários dos vereadores (é competência dos municípios legislar sobre os salários, subsídios, ajuda de custo, vencimentos de conselheiros tutelares), e isso não é contemplado. A questão dos policiais militares, grande parte deles está saindo da polícia, eles têm direito à aposentadoria, eles se aposentam, vão para a iniciativa privada e voltam para a área da segurança, só que trabalhando como segurança. Essa situação poderia ser aproveitada, não só dentro da Polícia Militar, mas da Polícia Civil. É uma bandeira nossa. Também a questão dos salários dos policiais em geral, que está defasado. Aquilo que está estabelecido com essa mudança da política, do governo (?), no setor, diretamente, os salários estão com uma diferença de 400, 500, 600 reais, e as pessoas estão tendo que ir à Justiça para buscar essa diferença.           

BP – Qual foi a votação mais expressiva e a melhor campanha do senhor entre as três eleições que disputou?

Bárbara – A eleição em que fui melhor votado foi a de deputado estadual, que eu me lembro, foi a melhor e a do conselho tutelar que fui ainda melhor, fui mais votado ainda de Londrina. E pelo trabalho que a gente fez, acabamos elegendo posteriormente. A minha esposa foi duas vezes conselheira tutelar, que ainda está com mandato em Londrina. 

BP – A base eleitoral da sua campanha é em Londrina?

Bárbara – Nós temos uma história em Londrina. Quando a gente trabalhava com direitos violados, talvez a população do Paraná não saiba disso, mas na época, eu coordenei a Audiência Pública que teve em Londrina sobre a questão das pessoas, as dificuldades que elas tinha para a implementação da Carteira de Identidade para crianças e adolescentes porque as mães não tinham, entre outras coisas, dinheiro para pagar aquela taxa. Na reunião que coordenamos na Câmara Municipal de Londrina é que deu embasamento para ser implementado, inclusive, saiu um documento, e aí eu quero agradecer ao pessoal (cita vários nomes de políticos) que trabalhou pra isso. Outra coisa que conseguimos fazer enquanto conselheiro tutelar é que Londrina tinha uma lista de ameaçados de morte, através do projeto do trabalho que a gente fez em Belo Horizonte, e hoje está aí o PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte foi criado em 2003, como uma das estratégias do Governo Federal para o enfrentamento do tema da letalidade infanto-juvenil. Instituído oficialmente em 2007, pelo Decreto 6.231/07) pra que a comunidade paranaense conheça o trabalho do Luiz Bárbara.        

 

Manifestações

Protestos são um alerta aos políticos

Bem Paraná – Os principais eleitores seus devem ser policiais e envolvidos com as crianças e adolescentes carentes?

Bárbara – E também os professores, porque eu sou envolvido com a causa dos professores. Pedi agora a exoneração do cargo de professor PSS e estava no Estado há cinco anos. E como eu não era concursado tive que pedir exoneração para ser candidato. Sou o único candidato professor, conselheiro tutelar, policial militar…

BP – O senhor não tem nenhuma atividade remunerada agora?

Bárbara – Neste momento, o meu foco é a campanha. A única coisa que ainda estou fazendo é o meu consultório do qual eu atendo a minha comunidade. Tem algumas empresas que eu represento, sou consultor na área de recursos humanos, então eu presto essa consultoria aí dentro do meu consultório que está funcionando.     

BP – Como o senhor pretende competir com candidatos mais conhecidos e com maior poder econômico?

Bárbara – Não temos o mesmo poder econômico, mas temos essa classe da população que são os policiais militares, professores, os conselheiros tutelares, a comunidade negra do nosso Estado. Temos 51% da comunidade negra ou parda e apenas 1% de representatividade no Congresso. 

BP: Como vê as manifestações do ano passado?

Bárbara – É um alerta a todos os políticos para dizer que a população está cansada. Sou contra essa coisa de baderna, fogo e não sei o quê. Mas tem que demonstrar a insatisfação, se manifestar, a insatisfação com a situação da saúde…