ADRIANA FARIAS
SÃO PAULO, SP – O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a exclusão do ex-presidente do parque Hopi Hari Armando Pereira Filho da ação penal na qual era acusado de homicídio culposo (sem intenção) de Gabriella Yukari Nichimura, 14.
A adolescente morreu no dia 24 de fevereiro de 2012 quando caiu de uma altura de cerca de 25 metros do brinquedo La Tour Eiffel –um elevador que despenca em simulação de queda livre. A cadeira da garota deveria estar inoperante e não tinha o sistema de trava acionado.
À época, a denúncia do Ministério Público apontou que houve falhas na implantação do brinquedo e também em sua operação. O laudo do IC (Instituto de Criminalística) concluiu que houve falha humana e que a cadeira do brinquedo foi mexida um dia antes do acidente.
Por dois votos a um, a decisão da 2ª Câmara Criminal do TJ-SP ocorreu durante análise de pedido de habeas corpus feito pelo advogado do ex-presidente do parque, Alberto Zacharias Toron. Segundo o TJ, Armando Pereira Filho não deve figurar como réu, pois o que ocorreu foi falta de cautela dos funcionários. Outros dez funcionários permanecem como réus na ação.
O advogado da família de Gabriella, Ademar Gomes, afirmou à reportagem que vai recorrer da decisão assim que ela for publicada e ele tiver acesso à íntegra do julgamento.
“Não podemos admitir que os funcionários sejam os únicos culpados, os donos não podem ficar impunes. É uma incoerência muito grande”, diz.
“A cadeira estava com problemas havia 10 anos e os empregados cumprem ordens, eles não têm força para mandar arrumar uma cadeira.”
A reportagem tentou falar com o advogado de Pereira Filho, mas segundo sua secretaria ele estava em uma sessão e não poderia atender até o fim do dia.