A diretoria do Coritiba errou feio nos últimos dois anos, principalmente nas contratações de jogadores. E agora chama novamente Marquinhos Santos. Se por acaso o Coritiba conseguir qualquer coisa além de se livrar de uma segunda divisão este ano, os méritos totais terão que ser creditados única e exclusivamente ao próprio Marquinhos, que talvez tenha sido a primeira das demissões que não deveriam ser feitas. A única coisa no clube que não é problema é o técnico. Trazer Marquinhos de volta foi uma bela jogada. A oposição terá que esperar até o fim do ano para criticar ou elogiar. Seus aliados dirão que ele corrigiu um erro, o que na política é uma decisão nobre. Lembra muito a CBF, quando chamou o Dunga de novo. O convívio com o Zé das Medalhas estaria influenciando o presidente Vilson? Vamos ver os próximos capítulos.

Escrevi no Bem Paraná e falei no Show de Bola quando o Doriva foi contratado pelo Atlético: chamar Doriva, não é mais que uma boa aposta. Ele é mais novato que o próprio Leandro Ávila, mas tem um título paulista. Contratar Doriva foi como apostar no melhor aluno da turma. Não significa que ele será o melhor profissional, mas será dedicado. E foi. No Ituano, ele pegou um bom time, bem dirigido por Juninho Paulista, sem muitos nomes caros e badalados, um time unido, sem pressão da torcida e da imprensa e qualquer campanha que não fosse o rebaixamento seria bem vinda. Mas também pegou a má fase de São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians. Teve competência aliada à sorte e tem um título paulista no currículo. Fatos históricos do time pequeno que foi campeão estadual contra os grandes do futebol paulista. Dá um documentário.

De mais a mais, tem time que encaixa de um jeito e seja qual for o técnico, o time joga. Vou escrever aqui a heresia da religião futebol, a teoria de que time bom não precisa de técnico, como prega o grande Carlos Alberto Nego Pessoa. Alguns casos na história dão razão ao Pessoa: o Bragantino de Luxemburgo,oO Santo André de Mancini, o Santos de Dorival Jr, o Brasil da Copa de 70. Elencos que o técnico tem a sorte grande de dirigir. Não desmerecendo o trabalho destes caras, mas alguns times jogariam bem com um técnico razoável. Nesse caso, a habilidade do técnico é saber não atrapalhar o bom time.

Ok, vou então lembrar de técnicos que mudam para melhor os times. Marcelo Oliveira hoje é o melhor técnico em atividade no Brasil. Percebo no Cruzeiro o seu esquema tático, suas substituições fazem efeito, sua leitura muda o jogo e o time tem resultados positivos há dois anos. Torcida coxa-branca lembra que este mesmo cara foi mandado embora. O Atlético Mineiro estava bagunçado antes de Levir Culpi chegar. O Mancini (aquele mesmo do Santo André) no Atlético do ano passado, apesar de não ter conquistado a Copa do Brasil, em pontos corridos levou o rubro-negro à Libertadores, festa que o Miguel Angel Portugal estragou. Parreira na Copa de 94, Luxemburgo no Cruzeiro em 2003, o Abel Braga do Inter campeão do mundo em 2006, o Fluminense de Cuca em 2009, o Corinthians de Tite em 2012, o Galo de Cuca em 2013… técnicos que tinham o elenco nas mãos. E aí os clubes os contratam anos depois, ovacionados pela torcida e celebrados quando voltam, mas dificilmente reeditam o belo desempenho. A química já não é mais a mesma, os tempos são outros, o futebol é outro, o técnico engordou, criou barba, teve netos… bem, aí já começa o debate de outra coluna!