JOÃO PEDRO PITOMBO SALVADOR, BA – O candidato a vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque (PSB) reconheceu que houve “exagero” e “vacilo” da coordenação do programa de governo ao incluir propostas como o casamento civil gay e a criminalização da homofobia. Para Albuquerque, as propostas estão fora da alçada da competência do poder Executivo, cabendo ao Congresso Nacional legislar sobre o assunto. “O exagero e o vacilo da nossa coordenação de programa foi estabelecer compromisso com aquilo que só o Parlamento pode fazer. Não há recuo”, disse o deputado gaúcho, que participou neste domingo (31) de um ato de campanha em Porto Alegre. Divulgado na última sexta-feira (29), o projeto de governo do PSB defendia o apoio a propostas legislativas em defesa do casamento civil igualitário entre pessoas de mesmo sexo e fazia menção à aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia. No dia seguinte, o texto do programa foi alterado e uma nota foi emitida pelo próprio partido. Mesmo com as mudanças, Albuquerque ainda afirmou que o programa da candidata Marina Silva voltado para o grupo LGBT é “mais avançado” que o dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). “É só ler os programas de ambos para ver que nós temos compromissos muito mais claros, muito mais inequívocos em relação a isso”, afirmou. MAIORIA NO CONGRESSO Numa resposta a críticas de PT e PSDB sobre a governabilidade em um possível governo Marina Silva, Beto Albuquerque afirmou a presidenciável vai construir uma maioria no Congresso Nacional caso seja eleita. “Tenho certeza que nós não teremos no Congresso minoria, nós vamos construir essa maioria, mas sem cacifar as velhas raposas. […] Você tem que ter uma base respeitada, altiva”, disse Albuquerque. Segundo ele, “a força das urnas” será a base para a construção de uma “aliança programática” com o novo Congresso Nacional, o que permitirá que reformas sejam realizadas nos primeiros meses de governo, caso Marina seja eleita. “As urnas quando te dão força permitem que você estabeleça uma relação política na largada. Ou seja, nós não vamos propor reforma política no terceiro ano. Nós vamos propor nos primeiros meses do primeiro ano de governo”, afirmou. Sobre o crescimento de Marina nas pesquisas, Albuquerque disse ser “óbvio” que haja uma reação “virulenta” das outras candidaturas. “Eu me lembro quando a presidenta disse ‘vamos fazer o diabo na eleição’. Mas nós não temos medo do diabo. Nós temos uma trajetória limpa, não há o que temer”, disse o deputado.