LUCAS SAMPAIO
CAMPINAS, SP – Com quase um mês de atraso, as aulas do segundo semestre de 2014 na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) começaram nesta segunda-feira (1º) e terminarão somente em 10 de janeiro de 2015.
A informação foi divulgada pela universidade. “O período de férias de verão será divulgado aos professores e estudantes logo após a sua aprovação pelas instâncias internas da universidade, o que ainda está em curso”, informou, em nota.
O semestre deveria ter começado em 4 de agosto, mas foi adiado por causa da greve de servidores e professores da universidade. Assim como docentes e trabalhadores da USP e da Unesp, eles pedem 9,78% de aumento, mas o Cruesp (conselho de reitores das três universidades estaduais paulistas) afirma que não pode conceder nenhum reajuste neste ano.
A Unicamp conseguiu suspender a greve dos professores oferecendo um abono de 21% do salário de julho, o que permitiu o término do primeiro semestre nas últimas quatro semanas, mas a mesma proposta foi recusada por servidores.
Na manhã desta segunda, no primeiro dia de aulas do segundo semestre, cerca de 150 trabalhadores da universidade fecharam quatro das seis portarias do campus principal, em Campinas (a 93 km de São Paulo), causando congestionamento e lentidão inclusive nas pistas marginais da rodovia D. Pedro 1º (SP-065).
ADESÃO
A Unicamp afirma que a greve de servidores atinge apenas 10% dos funcionários e se concentra no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas).
“Segundo mapeamento atualizado feito pela universidade, as atividades funcionam normalmente em 90% das 24 unidades de ensino e pesquisa. Na área administrativa, nenhum setor está fechado. As adesões ao movimento são parciais e não afetam o andamento das atividades e serviços”, informou, em nota.
O STU (sindicato dos servidores) diz que a paralisação chega a 30% na área da saúde (cerca de 3.400 dos 7.878 funcionários) e a 70% nos demais setores da universidade.
A Unicamp tem atualmente 1.739 professores, 7.878 servidores e quase 41 mil alunos (18.026 na graduação e 22.824 na pós-graduação) e é a segunda universidade brasileira mais bem colocada nos principais rankings internacionais.
No THE (Times Higher Education), aparece entre a 301ª e a 350ª posição geral e em 37ª entre as universidades “jovens” (com menos de 50 anos) –a única de toda a América Latina.
No QS (Quacquarelli Symonds), é a 3ª da América Latina –a USP é 2ª– e a 9ª entre as universidades dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) –a USP é a 7ª.