NATÁLIA CANCIAN E THAIS BILENKY
SÃO PAULO, SP – O Conselho Universitário da USP aprovou no início da noite desta terça-feira (2) o PDV (Plano de Demissão Voluntária), proposto pelo reitor Marco Antonio Zago para reduzir o quadro de funcionários da universidade.
O programa é uma das medidas anticrise propostas pela reitoria da universidade para conter os gastos. Na semana passada, a comissão aprovou a transferência do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho), em Bauru, para o governo do Estado. A transferência do HU (Hospital Universitário) ainda será discutido.
O conselho da USP está reunido no Ipen (Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares) e deve discutir ainda a possível concessão de reajuste salarial a professores e funcionários, até agora negado pela reitoria. Parte das duas categorias está em greve desde 27 de maio, fazendo dessa a mais longa paralisação já realizada na universidade.
Para acompanhar a reunião do conselho, foram formadas duas comissões, segundo o Sintusp (sindicato dos funcionários da USP). Também está sendo feito desde a tarde desta terça um ato na universidade, organizado pela Adusp (Associação dos Docentes da USP), com peça e música.
Os funcionários da universidade pedem um reajuste salarial de 9,78%, enquanto a universidade descartou qualquer negociação por conta da crise financeira. Tradicionalmente, o aumento ocorre em maio –em 2013, o índice foi de 5,39%, o que repôs a inflação no período.
No mês passado, a USP começou a cortar ponto de parte dos servidores em greve, o que provocou uma série de piquetes e ‘trancaços’, como é chamado o fechamento dos portões da universidade por parte dos grevistas. Nesta segunda (1º), porém, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que os salários sejam pagos.
Segundo o Tribunal, a universidade terá 48 horas para creditar o valor, podendo ter que pagar multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento. Segundo o Ministério Público do Trabalho, “a ausência de pagamento de salários por parte da empregadora se mostra arbitrária e flagrantemente ilegal”.