PAULA SPERB E FELIPE BÄCHTOLD PORTO ALEGRE, RS – A Polícia Civil prendeu, na tarde desta sexta-feira (12), um suspeito de atear fogo na casa da torcedora gremista Patrícia Moreira, em Porto Alegre, durante a madrugada. Patrícia tem sido alvo de críticas desde que foi filmada em uma partida chamando o goleiro Aranha, do Santos, de “macaco”, em 28 de agosto.

Segundo o delegado Tiago Madalosso Baldin, do 14º Distrito Policial da capital gaúcha, uma testemunha reconheceu o suspeito por foto. A polícia descobriu o nome e endereço dele após investigação no bairro Passo das Pedras, na zona norte de Porto Alegre. A prisão preventiva só será solicitada à Justiça caso a testemunha reconheça o suspeito presencialmente.

De acordo com o delegado, o suspeito estava em prisão domiciliar desde 22 de maio deste ano. Ele foi detido em local próximo à casa onde Patrícia morava. No momento do incêndio, o imóvel estava vazio porque foi colocado para alugar após a repercussão do episódio no estádio. Com medo, os parentes não informam onde ela, que fez um pedido público de desculpas ao goleiro Aranha, está morando.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h e chegou ao local dois minutos depois, de acordo com o boletim de ocorrência da corporação. Segundo o major Elemar Linei de Mello Fernandes, no entanto, a equipe não chegou a apagar o fogo. “As chamas já tinham sido combatidas por populares”, disse.

O advogado de Patrícia, Alexandre Rossato, lamentou o incidente e afirmou que o ato poderia ter gerado consequências muito graves. “Espero que a polícia seja tão célere na investigação quanto está sendo no caso da Patrícia”, ironizou.

Durante a tarde, três peritos inspecionaram a casa por cerca de meia hora, mas não quiseram dar detalhes da investigação. O local já tinha sido limpado pelo irmão de Patrícia após o princípio de incêndio. O inspetor de polícia Fábio Pimentel afirma que o fogo não ganhou grande proporção porque não havia material combustível no local.

O princípio de incêndio ocorreu em uma parte de lajota da área externa da casa. O vizinho Vladimir Brum, 37, que diz ter ajudado a apagar as chamas, afirma que lixo em chamas foi atirado no imóvel. Fernando Azambuja, 64, morador de uma casa contígua, conta que os moradores da rua estão com medo. Vizinhos já relataram que a casa foi apedrejada desde o incidente no jogo do Grêmio. “Foi vandalismo. Poderia ter queimado a minha casa também”, diz.