O brasileiro tem nos últimos anos um sistema de bolsas que tem ampliado as possibilidades, especialmente para os estudantes com menores recursos. O Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, por exemplo, prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio. Também busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa.
“Me sinto realmente muito feliz e de certa forma privilegiada por ter a possibilidade de estudar fora do Brasil, ainda que não tendo condições econômicas para arcar sozinha com todas as despesas envolvidas em um intercâmbio de 16 meses, conta Yasmim Rocha de Paula, 20 anos, de Colombo. Estudante do curso de Radiologia da UTFPR, em intercâmbio na província de Saskatchewan, Canada, pelo Ciência Sem Fronteiras.
Como sou bolsista do Ciência Sem Fronteiras, não precisei investir nada. Recebi uma bolsa que bancou todos os meus custos aqui, relata Caroline Jordão, 20 anos, estudante de engenharia química na UFPR, e que está em Cork, na Irlanda desde julho.

Mas ainda existem outras opções, que estão abrindo oportunidades também para a classe C, que no passado dificilmente participaria de um intercâmbio. Nas últimas três semanas, por exemplo, embarcaram para o Canadá um grupo de mais de 40 alunos da rede pública do Recife, todos de família de baixa renda, para uma temporada de seis meses de estudos de inglês, graças a um programa anual de bolsas a que foram contemplados.
Das agências de viagens especializadas em intercâmbios pesquisados pela Belta, 78,7% responderam que enviaram estudantes desta classe social para o exterior no ano passado. Em 2011 foram 76%.
Outro exemplo é um programa desenvolvido por meio de acordo entre o Canadá e alguns estados brasileiros que levam centenas de jovens de família de baixa renda para uma temporada de estudos de um semestre naquele país. São filhos de diaristas, de plantadores de tomate, até mesmo uma jovem india.
Ao retornar ao Brasil, esses adolescentes se sentem fortemente entusiasmados e buscam difundir o programa e incentivar outros colegas a participarem dele.