MARIANA HAUBERT
BRASÍLIA, DF – A presidente Dilma Rousseff contestou a informação de que a Universidade de Southampton, na Inglaterra, reclamou da qualidade e da dedicação de bolsistas brasileiros do programa federal Ciência sem Fronteiras. Dilma afirmou que nunca recebeu reclamações das instituições de ensino mas afirmou que se atitudes como matar aula estiveram acontecendo, quem faz isso está “desmerecendo o país”.
“A universidade lá fora controla. Ela controla se ele está cumprindo o roteiro dele. Se ele não passar em inglês, ele volta para cá. Não tivemos nenhuma queixa de nenhuma universidade. Não há nenhuma reclamação sobre estudante brasileiro cabulando aula ou fazendo coisa errada. Pelo contrário”, afirmou Dilma.
Confrontada com a informação de que a universidade britânica havia enviado o e-mail reclamando do desempenho dos alunos brasileiros, Dilma afirmou que “os que fizerem isso são pessoas que estão desmerecendo o país lamentavelmente”, disse. “Mas isso não é significativo dos que estão no programa”, completou.
A crítica, revelada pela Agência Brasil, foi encaminhada aos estudantes no último fim de semana pela SwB UK (Science without Borders UK), entidade britânica parceira do programa nacional.
A mensagem diz que essa entidade foi “contatada pela Universidade de Southampton devido ao número considerável de reclamações das faculdades em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos” dos bolsistas brasileiros.
Candidata à reeleição pelo PT, Dilma prometeu mais investimentos para a área da educação em um eventual segundo mandato, com acesso universal à creches, mudança no currículo escolas dos ensinos fundamental e médio e ampliação do Ciência sem Fronteiras.
Após a divulgação do conteúdo, a entidade britânica lamentou o ocorrido e afirmou que o envio do texto a todos os bolsistas foi um “erro administrativo”.
A reportagem questionou o CNPq (agência federal responsável pelas bolsas no Reino Unido) sobre o episódio e sobre como avaliava o modelo de monitoramento da frequência dos bolsistas às atividades no exterior.
Cabe às instituições estrangeiras, e não à agência, acompanhar o desempenho acadêmico dos alunos.
Em resposta, o CNPq disse que “o parceiro internacional do programa Ciência sem Fronteiras no Reino Unido já se pronunciou sobre esse caso, inclusive assumindo que o envio do e-mail se tratou de uma falha administrativa”.