SÃO PAULO, SP – No primeiro dia de greve dos bancários, 16 mil profissionais não trabalharam em São Paulo, Osasco e região metropolitana, paralisando as atividades de 626 locais de trabalho -incluindo agências e centros administrativos- segundo o sindicato da categoria na região.
Na avenida Paulista, um dos principais polos financeiros da cidade, das 43 agências visitadas pela equipe de reportagem, 31 estavam fechadas. Na avenida Brigadeiro Faria Lima, outro importante centro comercial e financeiro, das 38 agências visitadas, 27 não abriram.
Em alguns bairros, no entanto, os sinais da greve não foram tão evidentes. Nas avenidas Domingos de Morais e Lins de Vasconcelos, na Vila Mariana, por exemplo, grande parte das agências funcionava normalmente.
BRASIL
Pelo país, 6.572 agências e centros administrativos de bancos ficaram fechados nos 26 Estados. A greve atinge, portanto, 28,6% das 22.987 agências bancárias brasileiras. O balanço é da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que coordena a paralisação.
Os dados foram estimados pela Contraf-CUT a partir de informações dos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa 95% dos 511 mil trabalhadores da categoria no país. Destes, 142 mil trabalham na região metropolitana de São Paulo.
Não foi divulgado o número total de trabalhadores que aderiram à mobilização pelo reajuste salarial.
Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, a greve é “um recado inequívoco aos bancos” de que a categoria não irá aceitar o reajuste proposto pelos bancos.
A paralisação já havia sido aprovada na última quinta (25) e foi referendada em assembleias realizadas na noite de segunda-feira (29).
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que, apesar da greve, o consumidor ainda dispõe de vários canais para realizar transações financeiras, dentre eles a internet, aplicativos de celular e caixas eletrônicos.
A Febraban não realizou um balanço da paralisação nas agências do país e se declarou confiante “na manutenção das negociações para um desfecho da convenção coletiva 2014/2015.”
PEDIDOS
No último sábado (27), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aumentou de 7% para 7,35% a oferta de correção salarial, o que inclui aumento real de 0,94%, em vez de 0,61% da primeira proposta.
A categoria recusou o reajuste oferecido e quer 12,5%, o que inclui 5,8% acima da inflação medida pelo INPC (6,35% no acumulado em 12 meses), piso salarial de R$ 2.979,25, 14º salário e outros benefícios.
Na proposta dos bancos, o menor piso salarial seria de R$ 1.240,89, com aumento de 1,55% sobre a inflação do período.
ATENDIMENTO
Os bancos e o Procon de São Paulo recomendam ao consumidor que procure uma alternativa (internet, correspondentes bancários e outros meios) para pagar as contas porque a greve não pode ser usada como argumento para inviabilizar o pagamento.