SÃO PAULO, SP – Líderes estudantis de Hong Kong foram banidos de uma área de Mongkok como condição para serem liberados sob fiança nesta quinta-feira (27), após terem sido presos durante confrontos em uma operação da polícia para desocupar ruas da cidade que estão tomadas por manifestantes desde 28 de setembro. Joshua Wong, Lester Shum e o legislador ativista Leung Kwok-hung, que também foi banido de Mongkok, foram acusados de obstruir o trabalho de oficiais de Justiça e não apelaram da decisão. Eles devem aparecer novamente na corte em 14 de janeiro.

O grupo estudantil de Wong confirmou a proibição imposta pelo tribunal. Shum e Leung receberam termos semelhantes de fiança.

Os líderes estudantis acusaram a polícia de usar força excessiva, e Shum disse acreditar que as condições de fiança não eram razoáveis, já que seu escritório ficava perto da área proibida. “A área da qual estou banido é maior que a área da liminar [que ordenava a remoção dos manifestantes]”, disse Shum. “Eu vou discutir com o meu advogado se apelamos ou não.”

Wong, Shum e Leung estavam entre os mais de 100 manifestantes presos em Mongkok nos últimos dois dias. Na quarta (26), foi a segunda vez nesta semana que policiais e oficiais de justiça cumpriram ordem judicial de retirar barricadas em Mongkok.

Na terça (25), a polícia já havia prendido 80 manifestantes em confrontos após a retirada de barricadas de uma parte de uma rua do distrito.

Cheias de bancos, restaurantes e outros estabelecimentos, as ruas de Mongkok têm sido um campo de batalha importante para manifestantes.

O principal local de protesto, em Admiralty, próximo ao escritório do governo da cidade, permanece parte intacto. Há também um pequeno local de protesto no distrito comercial de Causeway Bay.

DEMOCRACIA

Os manifestantes pedem o sufrágio universal na ex-colônia britânica, hoje controlada pela China. Em agosto, Pequim ofereceu ao povo de Hong Kong a chance de votar em seu próprio líder em 2017, mas disse que apenas dois ou três candidatos poderiam concorrer depois de obterem aprovação de um comitê com 1.200 pessoas, formado principalmente por apoiadores do regime de Pequim.

Os manifestantes exigem que os candidatos sejam livres para disputar as eleições. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas no pico das manifestações, mas esse número caiu para algumas centenas recentemente.