O deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) teria recebido cerca de R$ 159 mil do doleiro Carlos Habib Chater a pedido do também doleiro Alberto Youssef, segundo revelou nesta sexta-feira (23) reportagem do Jornal Nacional. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, já enviou para o Supremo Tribunal Federal (STF) documentos obtidos pela Polícia Federal que apontam os supostos pagamentos, feitos entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Meurer nega ter recebido dinheiro. Contudo, laudo pericial feito pela PF em arquivos eletrônicos usados para contabilidade informal do Posto da Torre, um posto de gasolina em Brasília, mostra transferências feitas por Chater para uma pessoa identificada como Nelson e Nelson Meurer. O deputado, por sua vez, afirma que sequer conheço o posto de gasolina e diz que nunca recebeu recurso nenhum de empreiteira.

Em dezembro do ano passado, quando enviou os documentos ao STF, Moro apontou que embora seja “prematura qualquer conclusão, os lançamentos podem retratar pagamentos efetuados por Carlos Habib Chater, a pedido de Alberto Youssef, ao referido parlamentar”. O juiz ainda apontou que o possível envolvim ento de Youssef com lavagem de dinheiro de recursos desviados de obras da Petrobras é um motivo par aque o fato seja submetido à avaliação do Supremo.

Esta, inclusive, é a segunda vez que Meurer aparece na Lava Jato. Antes, ele foi descoberto na agenda apreendida na casa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, na qual é detalhado o valor repassado ao PP em 2010. As anotações apontam que o partido teria recebido R$ 28,5 milhões, dos quais R$ 4 milhões para “Nel”, que a Polícia Federal identificou como sendo Nelson Meurer.