SÃO PAULO, SP – O ex-ciclista Lance Armstrong admitiu que não mudaria a decisão de usar substâncias ilegais para competir, em entrevista para um documentário sobre sua vida, a ser exibido nesta terça (27) pela rede de televisão britânica BBC. Em agosto de 2012, o norte-americano de 43 anos perdeu sete títulos da Volta da França -competição de maior prestígio no ciclismo de rua- e foi banido do esporte pela Usada (Agência Americana Antidoping).

“Se estivesse correndo em 2015, não, eu não faria de novo porque eu não acredito que é necessário”, afirmou Armstrong. Entretanto, o ex-atleta confessou que voltaria a se dopar caso retornasse no tempo. “Se você me levar de volta até 1995, quando o doping era completamente difundido, eu provavelmente repetiria tudo de novo”, confessou. “Quando eu tomei aquela decisão, quando minha equipe tomou aquela decisão, quando todo o pelotão tomou aquela decisão, foi uma decisão equivocada e um momento imperfeito. Mas aconteceu. E eu sei o que aconteceu por causa daquilo. Eu sei o que aconteceu para a modalidade, eu vi o seu crescimento”, justificou.

Armstrong disse que ainda se sente sete vezes campeão da Volta da França e revelou que competiu sem usar nenhuma substância proibida em seu segundo retorno, em 2009 e 2010 (quando terminou em 3º e 24º lugar, respectivamente). Alvo de acusações de doping desde o fim da década de 1990, quando se recuperou do câncer e passou a dominar a Volta da França de 1999 a 2005, Armstrong sempre negou qualquer ato ilícito. Contudo, o ex-ciclista mudou de postura após a Usada afastá-lo das competições em 2012.