FLÁVIA FOREQUE
BRASÍLIA, DF – As reformas em programas de vigilância dos Estados Unidos, anunciadas neste mês pelo presidente Barack Obama, restringiram o monitoramento da internet e o país tem feito um “esforço real” em tratar o assunto “de forma adequada”.
A avaliação foi feita nesta quinta-feira (26) por Christopher Painter, coordenador de assuntos cibernéticos do Departamento de Estado dos EUA. Em visita ao Brasil nesta semana, ele teve reuniões com autoridades de ministérios como Comunicações, Relações Exteriores e Justiça.
“As discussões e algumas reformas que já foram adotadas nos Estados Unidos estão de fato restringindo algumas coisas que podemos fazer. (…) Estamos sensíveis sobre as preocupações internacionais, e tem havido um esforço real de olhar para esse tema de uma forma adequada”, afirmou ele em conversa com jornalistas.
Daniel Sepulveda, coordenador de políticas internacionais de comunicação e informação do Departamento de Estado norte-americano, minimizou divergências entre os dois países sobre o uso da internet. Segundo ele, os governos de Brasil e EUA possuem “certo grau de diferenças filosóficas” sobre a participação do governo na regulação do mercado.
“Temos os mesmos objetivos: ambos queremos serviços universais”, completou.
CUBA
Também de passagem por Brasília, Sepulveda destacou que Cuba é um dos focos de atenção dos EUA quando o tema é a internet. Ele ponderou que a ilha é um dos países menos conectados do mundo. Segundo ele, do total de 11 milhões de habitantes, apenas 5% tem acesso à rede mundial.
“Há uma imensa quantidade de trabalho básico em infraestrutura a ser feito e estamos interessados em ajudá-los a modernizar [o acesso]”, afirmou. Para ele, a questão agora é entender quais são as prioridades da ilha – se há interesse em garantir acesso universal à rede, por exemplo.
“Esse é o começo do que acredito ser uma longa conversa”, adicionou.