SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O nível do sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, se manteve estável pelo sétimo dia consecutivo e opera com 15,5% de sua capacidade, segundo balanço da Sabesp divulgado nesta segunda-feira (27).
Os níveis dos sistemas Alto Tietê e Alto de Cotia também se mantiveram estáveis em relação ao índice do dia anterior. Já os níveis dos reservatórios de Guarapiranga e Rio Grande recuaram ao menos 0,1 ponto percentual e o de Rio Claro teve avanço de 0,3 ponto percentual.
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. A diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014.
O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água.
Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o “volume negativo”, que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta, o “volume negativo” ficou em -9,2%.
A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo.
OUTROS RESERVATÓRIOS
O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade pelo quarto dia consecutivo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
Outro manancial que manteve estável seu armazenamento de água foi o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. O sistema opera com 65,7% de sua capacidade.
O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,3% de capacidade após recuar 0,1 ponto percentual. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, recuou 0,2 ponto percentual em relação a medição anterior e opera com 95,6% de capacidade.
O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, foi o único a ampliar a sua capacidade passando de 47,3% para 47,6%.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.