FLÁVIA FOREQUE E MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A aprovação de medidas do ajuste fiscal, como mudanças na legislação trabalhista e previdenciária, é importante para reduzir o impacto do corte no orçamento dos ministérios. A avaliação é do vice-presidente Michel Temer, que demonstrou otimismo diante da aprovação das propostas nesta semana, no Congresso Nacional.
“Se não houver o ajuste, o contingenciamento será muito radical. Se houver o ajuste, o contingenciamento será muito menor”, afirmou Temer nesta segunda-feira (4). Ele afirmou já ter iniciado negociações com ministros e lideranças da base aliada, inclusive do PT.
“Estou até sugerindo para o PT, que tem entrosamento com os trabalhadores, com as centrais, que se dedique à aprovação, assim como os demais partidos da base aliada”, disse, pouco antes de se reunir com senadores e deputados federais.
O vice-presidente, atual articulador político da presidente Dilma, disse ter “convicção” de que o resultado das votações será positivo e destacou ser importante manter “unidade dos votos dos partidos [aliados]”.
“Liguei para todos os ministros do PMDB, todos os ministros avisados, pedindo que eles falem com os nossos deputados, para que haja essa aprovação.” Questionado se o governo já cedeu demais diante da proposta original, ele reconheceu que este é o “ajuste possível”.
RENAN
O vice-presidente minimizou atritos com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vem fazendo críticas recorrentes à presidente Dilma.
Para Temer, o projeto da terceirização terá uma “votação tranquila” na Casa -a proposta foi alvo de embate entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Calheiros.
“Eu acho que o Renan tem duas qualidades: ele é um homem bem elegante, tem longa trajetória pública, compatível com necessidade do país”, afagou. Na semana passada, Temer disse que o país precisa de políticos à altura dos desafios.
A declaração foi feita depois de Renan chamá-lo indiretamente de “coordenador de RH” do governo federal.