SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A pesquisa Melhores Práticas de Recursos Humanos, realizada pelo Top Employers Institute, que certifica empresas com boa gestão de funcionários, mostra que a escolha de profissionais para posições de chefia está cada vez mais ligada à influência que exercem, e menos atrelada a sua posição na instituição. Isso significa que, para preencher um posto de liderança, as empresas estão considerando funcionários de diversos cargos, e não apenas aqueles imediatamente abaixo na hierarquia da companhia ou em postos equivalentes no mercado. ‘As empresas estão buscando se diferenciar e ter uma vantagem competitiva por ter um número de candidatos internos para posições chave maior que a média‘, afirma, em nota, Fabiane Panaro, gerente de projetos do instituto. A pesquisa ouviu 600 empresas certificadas pelo instituto em 99 países. No Brasil, foram ouvidas 26 empresas que, juntas, empregam mais de 300 mil pessoas. Entre as brasileiras, 79% disseram ter políticas e estratégias de desenvolvimento de lideranças. ‘As novas gerações estão cada vez menos ligadas à hierarquia e mais ligadas à influência das lideranças. O importante é ser líder, não apenas ter o cargo. É preciso entender liderança como muito mais do que ser gestor. Essa é a sustentação da nossa política‘, afirma Carlos Alberto Araújo Netto, diretor de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, que é uma das instituições que participaram da pesquisa. Netto, explica que, na década de 1980, o principal critério para ascensão no banco era o maior tempo de trabalho. Ele diz: “No final dos anos 1990, reforçamos mais a meritocracia (como critério para promoção), o fato de ter feito um pós-graduação ou ter inglês em nível avançado”. O diretor esclarece que hoje a companhia utiliza um sistema chamado TAO (Talentos e Oportunidades) que avalia de forma mais objetiva o desempenho dos funcionários e seu desejo de mudar de posição. ‘No banco, o ingresso de todos é por concurso público, como escriturário. Mas esse sistema permite que algumas pessoas com menos tempo de banco que tenham uma evolução mais destacada‘, afirma Netto. Como exemplo, ele cita o caso do funcionário Adriel Dutra Amaral, 39, que ingressou na instituição em 2010 e, por ter trabalhado como gerente de qualidade em uma multinacional e atuado no exterior, teve sua trajetória acelerada e hoje é assessor na diretoria de gestão de pessoas. Em nota, Amaral afirma: “Como já possuía um mestrado -obtido na Inglaterra- e fluência em inglês e espanhol, minha ascensão foi rápida. Em menos de dois anos, fui transferido da agência onde tomei posse para a direção geral e promovido a assessor na universidade corporativa do banco”.