CRISTINA CAMARGO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um trecho de 30 metros da ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro, afundou na noite desta terça-feira (26) na altura da Curva do Calombo, nas proximidades do lugar onde o médico Jaime Gold, 57, foi assassinado a facadas na semana passada. Duas árvores, a mureta e o alambrado de proteção caíram na lagoa e um grande buraco foi formado no local. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, há interdições para obras em rede da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) nas avenidas Borges de Medeiros e Epitácio Pessoa, na Lagoa. Após o desmoronamento, equipes da prefeitura, do Cedae, da CET-Rio, da Comlurb e da Guarda Municipal foram para o local. O acidente foi provocado pelo rompimento de uma tubulação. Ninguém ficou ferido. O escritor Ronaldo Wrobel viu a ciclovia desmoronar e relatou o ocorrido em sua página no Facebook. “Acabo de testemunhar uma cena bizarra na pista de ciclismo da Lagoa, a dez metros do local onde foi assassinado o médico Jaime Gold”, escreveu. “O asfalto da pista cedeu e as árvores, mais o alambrado, foram despejados na Lagoa.” A morte de Jaime Gold, um ciclista que gostava de pedalar na Lagoa, provocou comoção na semana passada. Ele morreu na madrugada de quarta-feira (20) após ser esfaqueado enquanto praticava o esporte. A bicicleta foi roubada por duas pessoas, que fugiram após a agressão. Um adolescente foi detido, mas nega participação no crime. O desmoronamento da ciclovia nas proximidades do local onde o ciclista morreu impressionou os cariocas e repercute nas redes sociais. “Será que tem o dedo de Deus nessa história?”, questionou o jornalista Jorge Bastos Moreno no Twitter. “Para os místicos, soa como uma espécie de revide de Deus”, completou. Também nas redes sociais, o acidente foi descrito como estranho, absurdo, “vingança da natureza contrariada” e “energia psíquica pesada”. VIOLÊNCIA A violência contra ciclistas no Rio será discutida nesta quarta em audiência na Assembleia Legislativa, às 10h. O debate é uma reivindicação da Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio. Ciclistas pedem medidas eficazes de segurança para todos que usam a bicicleta como meio de transporte, esporte, lazer e turismo.