ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, ENVIADA ESPECIAL
PARATY, RJ (FOLHAPRESS) – Moradores de Paraty protestaram contra a falta de segurança na cidade neste sábado (4), durante a 13ª Flip. Cerca de 25 pessoas fizeram um giro pelo centro histórico, onde se concentram as atrações da festa. Nos cartazes, questionamentos como “policiamento só na Flip?” e “paratiense também é gente”.
Paraty vive uma onda de violência. Na edição de 2014, um tiroteio irrompeu ao lado da Tenda dos Autores. Em maio deste ano, o prefeito Carlos José Gama Miranda (PT) foi alvo de um atentado em frente à prefeitura, vizinha à área onde os convidados debatem. Baleado de raspão, ganhou uma cicatriz na testa.
No Carnaval, uma rixa entre facções rivais teve dez feridos e um morto como saldo. A Polícia Militar pôs 120 homens nas ruas, o triplo do efetivo normal. Na quinta (2), a camareira Nirce Santos, 50, questionava: “E nós que moramos aqui e pagamos imposto, nada?”.
Paraty tem um histórico de protestos realizados na Flip. O maior deles foi em 2013, ano em que manifestações pipocaram em todo o país. Na ocasião, o grupo chegou a interditar a ponte que dá acesso à Tenda dos Autores.
Protestavam contra as más condições de saúde, educação e segurança pública, além de temais mais específicos, como a valorização de pequenos barqueiros na cidade. A passeata deste ano lembrou um jovem morto há semanas na cidade. Um caixão em miniatura foi carregado pelos manifestantes.
Uma mulher vestia camiseta com sua foto e dizeres bíblicos: “Tu a quem tomei desde os confins da terra e te chamei dentre os seus mais excelentes e te disse: tu és o meu servo, a ti escolhi e não te rejeitei”.