Desde que a nutricionista e apresentadora Bela Gil postou no seu Instagram a foto da merenda escola de sua filha Flor, de seis anos, no último mês de maio, foi criada uma discussão e certa polêmica (algo recorrente em redes sociais) sobre esse assunto, muitas vezes no dia a dia, uma verdadeira batalha de conceitos, necessidades e realidade entre os pais. Na lancheira da menina de Bela tinha batata-doce, banana-da-terra, granola caseira e uma garrafinha de água. A partir dessa composição, foi declarada uma onda de certo ou errado, radical ou natural, quem apoiou ou quem criticou.

No primeiro momento eu discretamente fui para a ala daqueles que acharam algo muito bicho-grilo, porque água né? E ri muito com os comentários do post, especialmente um que dizia algo como Toddynho faz parte da formação do caráter de uma criança, pelo amor de Deus!. Porém, do outro lado, os defensores vociferaram (sem muito humor, reconheçam) que ela deu um exemplo de real preocupação com alimentação da filha, o que muitas vezes é ignorado pela nossa sociedade bolacha recheada e de mães acomodadas em dar tudo industrializado, criando uma geração obesa e doente.

Creio que a grande maioria das mães e dos pais se preocupa com alimentação dos filhos; mas também querem fórmulas mágicas ou não tem uma prática alimentar que seja exemplo. Muitas crianças têm características diferentes ao lidar com comida, mesmo com regras. O tempo e o dinheiro interferem sim nesse preparo do lanche. Particularmente primo por sempre colocar uma fruta, mas os sucos, esses inimigos, não consegui ainda, uma forma de colocar os naturais, uma vez que devem ser consumidos na hora. Então, entre uma lancheira ao modo Bela Gil e outra a base de bolacha recheada, eu faço um mix. E mais, ainda tem que ser criativa, cada dia um lanche diferente!

Daniele Fátima dos Santos, 27 anos, secretária executiva, mãe de Matheus dos Santos, de oito anos, se deparou com o problema, especialmente quando teve que fazer uma dieta pra o menino. Matheus tem colesterol alto e problemas com o peso (sofre com o efeito sanfona). É um menino muito consciente com a alimentação, pois desde pequeno ensinei a se alimentar com produtos naturais, orgânicos e integrais. A correria frenética do dia a dia algumas vezes faz com que o lanche dele seja totalmente industrializado. É muito difícil ser 100% natural, a concorrência com cantina da escola, lancheira dos colegas, as vontade de uma criança e até mesmo os preços dos produtos naturais/orgânicos são desleais. Acredito que o meio termo é uma opção, mas confesso que almejo a comida saudável presente no mínimo 80% em nossas vidas.

A comerciante Mariane Trogue, mãe da Helena Biscaia, de nove anos, ela também opta por um mix. No lanche sempre tem uma fruta, um salgado, pão com manteiga ou bolachinha com manteiga, um doce- quase sempre consigo colocar um doce caseiro — bolo de chocolate ou cookies que fazemos juntas e às vezes vai uma bolacha industrializada ou uma barra de cereal. No verão, ela pode comprar também um picolé, mas só se comer também o lanche que eu mando, conclui Mariane.

No site do Conselho Regional de Nutricionista do Paraná, há dicas de lanche saudável e de alimentos industrializados que podem ser consumidos com moderação.

Veja no website http://www.crn8.org.br/index.php/noticias/detalhes/como-garantir-um-lanche-saudavel/132

Ronise Vilela é jornalista e mãe. Sugestões de pauta podem ser enviadas para [email protected]