O Atlético alcançou sua segunda vitória como visitante neste Campeonato Brasileiro no último sábado. Jogando na Ressacada, a equipe conseguiu derrotar o Avaí por 2 a 1, em um jogo recheado de emoção, com a garotada atleticana mostrando qualidade. Marcos Guilherme, com dois gols – o último aos 44 do 2º tempo -, e o goleiro Weverton, com um pênalti defendido já nos acréscimos, foram os heróis. Romulo descontou para o Leão, enquanto Juninho desperdiçou o pênalti (que não existiu).

Com o triunfo, o Furacão chega aos 25 pontos e sobe para o sexto lugar, a dois pontos do G4, demonstrando ainda que há vida sem Walter. Mesmo sem seu principal jogador, que se recupera de uma lesão muscular, a equipe conseguiu apresentar bom desempenho contra a Chapecoense e o Avaí. Antes, também havia se saído bem contra o Corinthians, quando Cléo foi a referência no ataque (nos últimos dois jogos, Cryzan foi o titular).

Com um elenco jovem em mãos (contra o Avaí, a média de idade do time titular foi de 23,8 anos), Milton Mendes conseguiu montar um time intenso, agressivo quando está sem a bola e muito rápido na hora de atacar.

O Atlético é hoje o quarto time que mais desarma no Brasileirão e o quinto que mais tenta roubar a bola. O grande destaque no quesito é o jovem Otávio, de 21 anos, jogador que mais desarma por jogo no Brasileirão (média de 4,9 desarmes). Defensivamente, porém, há problemas. É o terceiro time que mais oferece chances ao adversário (média de 14 chutas contra o gol de Weverton por partida), muito por conta das laterais – no sábado, por exemplo, Nino Paraíba e Roberto fizeram as festas nas costas de Sidcley.

Mas se as laterais são o calcanhar de Aquiles da defesa, lá na frente são justamente as jogadas pelas pontas que fazem a diferença. Contando com a velocidade de Marcos Guilherme e a qualidade de Nikão, que ganhou maior liberdade e se tornou o protagonista na ausência de Walter, o Atlético é um dos times que mais joga pelas laterais, concentrando 41% de suas jogadas pelo lado direito e 35% pelo esquerdo.

Na hora de atacar, o que mais impressiona é a velocidade. O Atlético é a segunda equipe que menos troca passes para finalizar (média de 29 passes para cada chute). Com Cryzan, a equipe ainda ganhou a opção de um jogador mais fixo – Walter cai mais para as pontas e costuma recuar para receber o passe). Contra o Avaí a estratégia deu certo, tanto que no 1º gol o jovem de 18 anos fez o pivô com qualidade, dando ótima assistência para Marcos Guilherme.

Outro fato interessante é que os comandados de Milton Mendes gostam de jogar mais passando a bola de pé em pé. Em 2013, o time que foi para a Libertadores também atacava com velocidade, mas explorava muito as bolas longas, aproveitando as características de Paulo Baier e Everton. Já o Atlético versão 2015 joga diferente, com posse de bola e passes curtos. Embora a média de posse de bola da equipe seja de 49%, nas últimas quatro partidas, contra Corinthians, Fluminense, Chapecoense e Avaí, o índice foi de 55%. O número de passes curtos também vem subindo. A média é de apenas de 285,6, mas nas últimas rodadas subiu para 447, o que mostra um time cada vez mais entrosado.