SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Afeganistão afirmou nesta quarta-feira (29) que está investigando as alegações sobre a morte do mulá Mohammed Omar, líder do grupo radical islâmico Taleban. Mais cedo, fontes do governo e da inteligência do Afeganistão haviam reportado à rede britânica BBC que mulá Omar teria morrido há dois ou três anos. Depois, o governo veio a público afirmar que essas informações estavam sendo verificadas. “Estamos cientes das informações sobre a morte do mulá Omar, líder do Taleban”, disse em uma entrevista coletiva de imprensa o porta-voz da Presidência do Afeganistão, Sayed Zafar Hashemi. “Estamos no processo de verificar essas alegações, e assim que tivermos informações mais precisas […] vamos deixar a mídia e a população afegã saberem.” O mulá Omar se mantém em paradeiro desconhecido desde 2001, quando Taleban foi tirado do poder no Afeganistão após uma intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, motivada pelos atentados terroristas de 11 de setembro. Desde então, o Taleban lidera uma insurgência contra autoridades afegãs e tropas ocidentais buscando retomar a influência perdida no país. As alegações sobre a morte do mulá Omar surgem dias antes de uma nova rodada de negociações entre o governo afegão e o Taleban. As incertezas sobre a morte do líder do Taleban podem provocar instabilidades no processo de paz devido a disputas internas entre diferentes candidatos à sucessão do comando do grupo radical. Um comandante do Taleban no Paquistão alegou que mulá Omar morreu de causas naturais, sem especificar quando. “Estamos em uma encruzilhada e vamos tomar certo tempo para resolver este problema [de liderança]”, disse o militante à Reuters. O mulá Omar era um importante aliado do ex-líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, morto em 2011.