Profissionais da Vigilância Sanitária e agentes comunitários de saúde que trabalham no Distrito Sanitário Pinheirinho estão realizando um grande mutirão nas proximidades da Unidade de Saúde Maria Angélica para alertar a comunidade sobre a importância de se reforçar os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegytpi, transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e o zika vírus.

Na manhã desta quarta-feira (09), diversos moradores da região receberam as visitas e orientações das equipes de saúde. Até sexta-feira (11), cerca de 11 mil pessoas em toda a região serão abordadas.

A medida, que integra a Operação Concentrada da Regional Pinheirinho, em parceria com outras secretarias municipais, consiste na abordagem aos moradores do bairro, explicando os riscos a que toda a população está exposta se não forem adotadas as medidas necessárias. Curitiba, assim como outros municípios brasileiros, está em alerta contra o mosquito.

A diretora do Distrito Sanitário Pinheirinho, Carla da Ros, destacou a importância da atuação da comunidade no controle do mosquito. Esse é um trabalho rotineiro das agentes comunitárias e dos agentes de combate às endemias. Mas estes profissionais não estão o tempo todo em todos os lugares. O olhar e a iniciativa do cidadão são fundamentais para evitar novos criadouros. E são essas ações sistemáticas que vão resultar na sensibilização da população e também numa mudança de comportamento, afirmou.

O Ministério da Saúde confirmou a relação do zika vírus com o aumento no número de casos de bebês com microcefalia e também com a síndrome de Guillain-Barré, problema que afeta a parte neurológica do organismo humano, independentemente da idade.

De acordo com a diretora, a situação provocada pelo zika vírus e pela febre chikungunya no Nordeste é grave e preocupante do ponto de vista da saúde pública. Como ninguém quer que estes problemas se instalem em Curitiba, é fundamental cada cidadão cuidar do seu território, para evitar novos focos do mosquito, comentou. Até a semana passada, Curitiba registrou 541 focos do mosquito Aedes aegypti na cidade, além de 229 casos confirmados de dengue – destes, apenas três são autóctones (contraídos dentro da própria cidade). Zika vírus e chikungunya também foram registrados um caso, de cada, ambos importados.

Sintomas

Os sintomas das três doenças são parecidos – febre, dores musculares, coceira, dor nos olhos. Entretanto, a pessoa que contraiu zika vírus pode apresentar ainda manchas avermelhadas pelo corpo.

Durante a visita às residências, as agentes identificaram uma atitude bastante comum e que, às vezes, pode passar despercebida pela população. O aposentado José Tomé, de 74 anos, e sua esposa, Maria Jesuína dos Santos, 65 anos, têm o hábito de armazenar a água da chuva para utilizá-la posteriormente na limpeza da casa. A agente de saúde, Leonilda Lisboa – a Nika – alertou que, se este hábito for mantido, os baldes ou galões que servem de depósito para a água devem ser bem vedados e ainda lavados semanalmente. É esse tipo de água que o mosquito gosta para depositar suas larvas e se proliferar, água limpa e parada, explicou a agente.

 

Pequenos cuidados que afastam o mosquito

– Evitar água parada.

– Esvaziar e escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água, como baldes e potes.

– Manter totalmente fechadas cisternas, caixas d’água e reservatórios provisórios tais como tambores e barris.

– Furar pneus e guardá-los em locais protegidos das chuvas.

– Guardar latas e garrafas emborcadas para não reter água.

– Limpar periodicamente, calhas de telhados, marquises, ralos de banheiros e de cozinhas, não permitindo o acúmulo de água.

– Jogar água sanitária nos ralos externos das edificações e nos internos pouco utilizados.

– Drenar terrenos onde ocorra formação de poças.

– Vasos de flores devem ser preenchidos com areia.

– Não despejar lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos.