WESLEY KLIMPEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entre 250 e 270 mulheres colocaram o público para dançar nas ruas da Barra Funda, em São Paulo, na tarde deste domingo (7). Era a bateria do bloco Ilú Obá De Min, que homenageou a cantora Elza Soares, a “Pérola Negra”.
O bloco se concentrou na rua Lopes de Oliveira, 342, por volta das 14h, e se dirigiu à sede do grupo, na esquina da rua Guaianases com a alameda Eduardo Prado, onde chegou às 17h20.
Para as biólogas Suzana Martins e Luiza Ledesma, o público aumentou desde dois anos atrás, quando elas acompanharam pela primeira vez o bloco.
“Hoje havia muito mais pessoas, principalmente jovens, e não cinquentões como a gente”, compara Ledesma. “E são poucos os fantasiados. Acho que o público vem mais por causa da tradição”, completa Martins. A CET informou que havia entre mil e 2 mil pessoas.
A jornalista Susana Sarmiento estreou no bloco neste Carnaval. “Sempre tive vontade, mas desfilava e organizava outros blocos. Hoje finalmente vim e gostei bastante.”
O ambiente familiar era visível na quantidade de bebês e crianças, como os pequenos Alice, 5, e Luís Fabiano, 3. “Comecei a ir ao Carnaval com eles desde que o Luís tinha meses, e os blocos de rua foram liberados”, conta a professora de filosofia Tessa Lacerda. Ela diz preferir os blocos infantis e as matinês, como o Ilú Obá Di Min.
O Ilú Obá Di Min é um coletivo de tambores e corpo de baile formado apenas por mulheres, caso da professora Elina de Macedo, que toca agogô. “Há também tocadoras de xequerê, alfaia e djembê”, enumera. “Para fazer parte do grupo, é necessário entrar nas oficinas de rua.” No bloco, os homens participaram apenas como pernas de pau e apoio na organização.
O grupo, cujo nome significa mãos femininas que tocam os tambores para o rei Xangô, objetiva empoderar as mulheres e preservar e divulgar a cultura negra.