SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O chanceler francês, Laurent Fabius, anunciou nesta quarta (10) que está deixando o governo de François Hollande. Sua saída, que já vinha sendo especulada há alguns dias, faz parte do plano de reforma ministerial que Hollande deve concluir até o fim da semana. O presidente propôs, formalmente, nesta quarta, o nome de Fabius para assumir o Conselho Constitucional, principal corte da França. Fabius, 69, estava à frente da diplomacia francesa desde 2012. Em conversa com jornalistas após o anúncio da saída, ele criticou a política “ambígua” dos EUA em relação à Síria. “Há ambiguidades, inclusive entre os atores da coalizão (…) Não vou repetir o que disse antes sobre o principal comandante da coalizão”, disse Fabius, em referência a Washington. “Não sentimos que há um comprometimento muito forte.” Fabius, cujo país tem sido um importante aliado para a oposição síria, diz que esse comportamento tem contribuído para piorar a situação no país. “Não tenho tanta certeza de que o fim do mandato do Sr. Obama vai fazê-lo agir como seu ministro diz [publicamente]”, disse, em referência ao secretário de Estado, John Kerry. O secretário americano está tentando conseguir um cessar-fogo e aumentar o acesso à ajuda humanitária antes de um encontro em Munique para discutir a crise síria nesta semana. “Há palavras, mas ações são diferentes e, obviamente, os iranianos e os russos percebem isso”, afirmou Fabius. A Rússia e o Irã tem apoiado as forças de Bashar al-Assad no combate aos grupos de oposição. O sucessor de Fabius ainda não foi anunciado, mas entre os nomes mais cotados para o posto estão a ministra da Ecologia e de Energia, Ségolène Royal -que é ex-mulher de Hollande-, o ex-primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e o atual secretário de Estado de Comércio Exterior, Matthias Fekl. A substituição na chancelaria é um dos movimentos importantes na reforma ministerial que Hollande prepara e que deve ser anunciada antes do fim de semana para tentar melhorar a aprovação de seu governo antes das eleições presidenciais de 2017.