SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (12) em Cuba com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo, em um acontecimento histórico para pôr fim ao cisma de 1.000 anos que dividiu a cristandade entre Oriente e Ocidente.

Francisco e Cirilo se abraçaram e trocaram três beijos no rosto ao se encontrar na sala vip do aeroporto de Havana, marcando a primeira vez em que os líderes das duas igrejas se encontraram. Enquanto o Vaticano considera o encontro um importante novo passo em seus esforços ecumênicos, muitos observadores ortodoxos veem o desejo de Cirilo de sentar-se com um papa com uma tentativa de reafirmar a Rússia e a ortodoxia russa em um momento em que Moscou está sendo isolado pelo Ocidente.

O encontro, que deve durar duas horas, faz parte de uma pequena pausa da viagem do papa ao México, onde promoverá uma mensagem de solidariedade às vítimas de drogas, tráfico humano e discriminação. Antes de reunir-se com o papa, Cirilo foi recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro. Segundo agências de notícias russas, o patriarca disse a Raúl que o povo cubano “provou que tem direito de viver da maneira que acredita ser a correta”.

Raúl é um dos aliados da Rússia e recebeu o papa em Cuba há cinco meses. O pontífice argentino exerceu importante papel na reaproximação entre o país e os EUA, que retomaram suas relações diplomáticas após 54 anos de rompimento.