DAVI LEMOS
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Marcelo Castro, fez panfletagem em dois pontos turísticos de Salvador na manhã deste sábado (12) -o Pelourinho e o Mercado Modelo-, como parte da mobilização para erradicação dos focos do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir o vírus da zika. “Não adianta todo o aparato que estamos pondo nas ruas se as pessoas não fizerem a sua parte em casa”, disse o ministro.
Na passagem por casarões do Centro Histórico, Castro observou o trabalho de agentes municipais que detectaram a presença de larvas do mosquito. “Eu fico neurótico. Em Brasília, caminho o tempo todo olhando onde pode haver foco”, comentou o ministro com um dos integrantes da comitiva, que contou com o vice-governador da Bahia, João Leão (PP).
Na Bahia, 6.000 homens do Exército, Marinha e Aeronáutica também participaram da ação, que integra o Dia Nacional de Mobilização Zika Zero. O vírus é apontado como um dos prováveis causadores da microcefalia.
No total, 220 mil militares, 46 mil agentes de endemias e 266 mil agentes comunitários de saúde atuaram em todo o país no combate ao Aedes aegypti neste sábado. “Dois terços dos focos de mosquitos estão nas residências, e este trabalho é de conscientização. A partir de segunda-feira (15), 50 mil militares entrarão nas residências para combater os focos dos mosquitos”, disse Castro.
Segundo o Ministério da Saúde, a ação de Castro foi simbólica, por isso a escolha de locais como o Pelourinho, e não regiões mais populosas como o Subúrbio Ferroviário da capital baiana. Marcelo Castro passou ainda pelo Terminal Rodoviário de Salvador e pelo setor de desembarque do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, antes de seguir para a Base Aérea e deixar a cidade.
MICROCEFALIA
O ministro anunciou que será distribuído repelentes para as mulheres grávidas que estiverem inscritas no Bolsa Família. São investigados atualmente 3.852 casos suspeitos de microcefalia, cuja causa pode ser a contaminação pelo vírus da zika. Castro também recomendou que as gestantes cubram a maior parte do corpo para evitar a picadas do mosquito.
O ministério esclareceu ainda que, embora haja suspeita da relação do vírus com a enfermidade, a microcefalia pode ser causada por outros agentes infecciosos com a sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral. Marcelo Castro ressaltou que, além da microcefalia, a zika pode causar alterações no sistema nervoso central.