Esta quarta-feira, 25, marca o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, doença neurológica que afeta jovens e é geralmente diagnosticada entre 20 e 40 anos de idade. Em Curitiba, cerca de 600 pessoas possuem o diagnóstico da doença, segundo o DataSus, mas o número efetivo de pessoas com a doença deve ser expressivamente maior, já que muitas ainda não estão diagnosticadas.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune e crônica, em que as células de defesa do organismo atacam o próprio Sistema Nervoso Central, provocando lesões inflamatórias no cérebro e na medula. Embora a causa da doença ainda seja desconhecida, a EM tem sido foco de inúmeros estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes, que são na maioria mulheres1. No mundo, 2,3 milhões de pessoas são afetadas pela EM e, no Brasil, estima-se que cerca de 35 mil pessoas convivam com a doença.

Na região sul do país, a prevalência da doença é a maior do Brasil, já que a baixa exposição solar até os 15 anos de idade pode ser um forte gatilho ambiental para o aparecimento da esclerose múltipla6. Na região, espera-se de 14 a 27 casos de EM a cada 100 mil habitantes.

O Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), um centro do Paraná especializado no diagnóstico e atendimento a pessoas com esclerose múltipla, está envolvido em estudos, pesquisas e atividades de educação médica continuada relacacionada à EM. O INC conta ainda com um serviço de pronto atendimento neurológico 24 horas.

O tratamento da esclerose múltipla evoluiu de maneira excepcional nas duas últimas décadas e atualmente é possível ter um melhor controle da doença, melhorando, assim, o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes, explica Henry Sato, neurologista e coordenador do ambulatório de doenças desmielinizantes do INC.

Para Silvana Carmo, presidente do Instituto Probem, associação de pacientes de EM de Curitiba, muitos ainda não têm conhecimento a respeito da doença. As pessoas precisam conhecer a EM, as limitações que ela traz, e aceitá-la para poder ajudar a todos os que convivem com ela, comenta. Ela convive com a EM desde 2007, e afirma que é possível ter uma vida ativa e produtiva após o diagnóstico. Para isso, é preciso que a doença seja conhecida. Quanto antes o diagnóstico correto ocorrer, mais qualidade de vida a pessoa pode ter.

Diagnóstico e sintomas

O diagnóstico da EM é basicamente clínico e deve ser complementado por ressonância magnética. Os sintomas mais frequentes são fadiga, formigamento, perda de força, falta de equilíbrio, espasmos musculares, dores crônicas, depressão, problemas sexuais e incontinência urinária8-12. A atrofia cerebral também é uma das características da doença e está associada à perda da capacidade física (como andar) e cognitiva (como a memória)13-18.